Os israelenses votam amanhã (17) para decidir se o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, continua a comandar o país, confrontado com ameaças graves à segurança e pesados desafios sociais, em uma campanha que esqueceu o conflito israelense-palestino. O país tem 5,8 milhões de eleitores aptos a votar.
As eleições legislativas são, em grande medida, um referendo sobre a permanência de Netanyahy, 65 anos, de direita, primeiro-ministro desde março de 2009 e no poder há quase uma década. O primeiro dos três mandatos foi de 1996 a 1999.
Continuar ou não com Netanyahu “é a grande questão” por ele estar “no poder há tanto tempo”, explicou Tamir Sheafer, professor de ciência política. “Trata-se do segundo maior período” de exercício do poder, depois de David Ben Gourion, o fundador do Estado de Israel, disse.
Pesquisa publicada quinta-feira 12) pelo jornal Haaretz atribui 24 lugares à aliança entre o Partido Trabalhista, de Isaac Herzog, o Kadima, de Tzipi Livni, a União Sionista (mais um do que na anterior) e 21 ao Likud, de Benjamin Netanyahu (menos dois) em 120 no Parlamento.
Moshé Kahlon, antigo membro do Likud e atualmente líder de um novo partido de centro-direita (Kulanu), é considerado decisivo para a formação do Executivo depois das eleições. As últimas sondagens dão a ele entre oito e dez lugares.
Sem o apoio de Moshé Kahlon, os dois grandes partidos não deverão obter maioria no futuro Parlamento, mostram as últimas pesquisas.
No sistema israelense, o chefe do partido vencedor não é necessariamente chamado a formar governo, mas quem está mais bem posicionado para formar uma coligação. As diferentes alianças tornam muito incerto o adiantamento do nome do próximo líder do Executivo.
Em 2009, o Kadima obteve o maior número de lugares, mas Livni foi obrigada a ceder a chefia do governo a Netanyahu, em um sistema eleitoral que privilegia as coligações.
O futuro primeiro-ministro terá tarefa de peso, em um Estado com 8 milhões de habitantes: proteger o país contra as ameaças de guerra no Norte e no Sul, travar os avanços do jihadismo e da influência iraniana, responder à ofensiva diplomática palestina, enfrentar pressões internacionais, restaurar os laços com o aliado norte-americano e, ao mesmo tempo, manter vitalidade econômica e combater um dos maiores níveis de disparidade social dos países desenvolvidos.
Netanyahu admitiu que o risco de perder é real, depois de as sondagens darem a liderança à União Sionista.
“Não brincamos com o nosso futuro, nem com o futuro dos nossos filhos”, garantiu ele, no encerramento da campanha eleitoral em Washington, onde desafiou a Casa Branca a dizer tudo o que pensava a respeito de um eventual acordo sobre o programa nuclear do Irã.
O confronto com Washington, os discursos alarmistas sobre a segurança e a polêmica sobre o modo de vida do casal Netanyahu permitiram ao primeiro-ministro apagar as críticas de Herzog e Livni sobre os preços da habitação ou o custo de vida, principais preocupações dos israelenses.
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