O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, desembarca nesta sexta-feira (14) em Cuba, tornando-se o primeiro chefe da diplomacia norte-americana a visitar a ilha caribenha em sete décadas.
Em Havana, Kerry vai presidir a cerimônia que vai hastear a bandeira na embaixada dos Estados Unidos, depois de mais de cinco décadas de corte de relações. Ele se encontrará com o representante cubano, Bruno Rodriguez. A abertura da representação diplomática norte-americana em Havana e a visita de Kerry simbolizam um processo histórico de reaproximação, iniciado em dezembro de 2014.
Após várias rodadas de negociações, os líderes Barack Obama e Raúl Castro, respectivamente, anunciaram, em 1º de julho deste ano, o restabelecimento das relações diplomáticas entre Washington e Havana, suspensas desde 1961, e a reabertura de embaixadas nas capitais dos dois países.
Na cerimônia estarão também os três fuzileiros norte-americanos que baixaram a Bandeira dos Estados Unidos em Havana em 1961. Na véspera da visita de menos de 24 horas a Cuba, John Kerry afirmou que discutirá com Bruno Rodriguez um plano que permita a verdadeira e plena normalização das relações entre os países.
“Vamos falar diretamente sobre uma espécie de plano geral para uma normalização verdadeira e plena”, disse o secretário norte-americano, em entrevista ao diário Miami Herald, Kerry confirmou que a dissidência cubana, oposta à reabertura da embaixada norte-americana na ilha, não foi convidada para a cerimônia na embaixada, mas que irá reunir-se posteriormente com alguns representantes.
No último domingo (11), e pela primeira vez desde 1959, opositores cubanos protestaram em Havana contra o presidente Barack Obama. Cerca de 90 protestantes, entre eles quase 50 Damas de Branco, protestaram na capital cubana com máscaras do presidente norte-americano com palavras de ordem contra a reabertura da embaixada dos Estados Unidos.
Além da questão dos direitos humanos, que estará no centro da agenda com Rodriguez, o secretário de Estado norte-americano informou que vai abordar o embargo comercial (em vigor desde 1962) e as eleições na ilha. A reunião “vai incluir a suspensão do embargo, algo que apoiamos, e a necessidade de Cuba tomar medidas sobre vários temas que realmente fazem a diferença, como a possibilidade de o povo [cubano] participar de um processo democrático”.
Na véspera da visita de Kerry, o líder cubano, Fidel Castro,que completou 89 anos nessa quinta-feira (13), escreveu em um artigo que Washington deveria pagar a Havana indenizações milionárias para compensar os danos provocados pela política norte-americana.No texto, publicado pelo site Cubadebate, Fidel Castro afirmou ainda que Cuba nunca irá deixar de “lutar pela paz e pelo bem-estar de todos os seres humanos”, independentemente da sua cor de pele ou país de origem.
*Com Agência Brasil
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