O juiz federal argentino Daniel Rafecas, que está investigando a denúncia apresentada pelo falecido procurador Alberto Nisman contra a presidente do país, Cristina Kirchner, divulgou um documento nesta quinta-feira (26) em que afirma que “não há nenhum elemento” para abrir um processo penal contra chefe do Executivo e o seu chanceler, Héctor Timerman.
No material de Nisman, apresentado no dia 14 de janeiro, Kirchner, Timerman e outros políticos kirchneristas são acusados de acobertar os iranianos acusados de explodir uma bomba na Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em julho de 1994. Em troca, o governo iraniano abriria relações comerciais vantajosas com a Argentina, principalmente na troca de trigo por petróleo.
“Não há um só elemento de prova, sequer para indiciar, que aponte que a atual chefa de Estado da Argentina do gravíssimo delito de encobrimento pelo qual ela não apenas foi denunciada como também teve seu depoimento requerido”, escreveu Rafecas. O texto completo foi divulgado pelo diário argentino La Nación.
A carta vai de encontro ao que o promotor Gerardo Pollicita havia dito na semana passada, quando afirmou já era possível reunir “provas suficientes” para investigar Cristina Kirchner. Mais do que isso, Rafecas questionou a posição do magistrado: “nenhuma das hipóteses de delitos sustentadas pelo promotor Pollicita em seu requerimento se mantém minimamente”, disse.
A Casa Rosada não se manifestou sobre o assunto. Nesta quinta-feira, ela se pronunciou apenas pelo seu perfil no Facebook, para lembrar do aniversário de 65 anos de Néstor Kirchner, ex-presidente argentino falecido em 2010.
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