Maduro acusa direita colombiana de criar tensão na fronteira

Presidenta Dilma Rousseff durante 2ª Sessão Plenária da III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em janeiro deste ano. Ao lado dela, os presidentes da Colômbia e da Venezuela - último encontro entre eles. - Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Presidenta Dilma Rousseff durante 2ª Sessão Plenária da III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em janeiro deste ano. Ao lado dela, os presidentes da Colômbia e da Venezuela – último encontro entre eles. – Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na noite desta segunda-feira (24) que seu país é vítima do modelo “capitalista paramilitar da direita colombiana” e que por isso manterá a fronteira entre as duas nações fechada. “A Venezuela é vítima do fenômeno do paramilitarismo, dos negócios duros das drogas do narcotráfico e é vítima de todos os fenômenos do capitalismo gerados pelo paramilitarismo da direita colombiana. Somos vítimas e assim nos declaramos, vítimas de um combate que agora reagimos”, declarou o mandatário.

Segundo Maduro, o “líder” dessa situação é o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que quer “derrubar o governo revolucionário e acabar com a revolução bolivariana”. O fechamento da fronteira entre os dois países ocorre desde o último dia 20 e, inicialmente, deveria permanecer nessa situação por apenas 72 horas. Porém, o chefe de Estado venezuelano mudou de ideia no dia seguinte e determinou que o acesso terrestre ficasse fechado por tempo indeterminado.

A medida foi tomada porque três soldados da Venezuela ficaram gravemente feridos enquanto participavam de uma ação para combater o tráfico de drogas em San Antonio del Táchira. De acordo com o governo, eles foram vítimas de uma “emboscada” de venezuelanos e colombianos envolvidos com o narcotráfico.

Além de fechar a fronteira, Maduro decretou um “estado de exceção” para diversas cidades da região de Táchira pelos próximos 60 dias, que pode ser prorrogado por mais dois meses.

Por causa da situação, mais de 750 colombianos já foram deportados do território de Maduro. “A fronteira vai seguir fechada até que restabeleçamos um mínimo de convivência de respeito e de legalidade para a vida e para a economia. Vai seguir fechada digam o que disserem Bogotá, Cúcuta ou onde quiserem dizer, não me importa”, destacou. Ele ainda ressaltou que o local só voltará a funcionar plenamente quando os responsáveis pela “emboscada” sejam “castigados exemplarmente de acordo com a lei”.

Santos diz que defenderá colombianos com ‘firmeza’

Por outro lado, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou que defenderá os interesses de seus cidadãos com a “firmeza” que vem da “sabedoria e da prudência da diplomacia”. “Não nos falta, nem nos faltará firmeza para defender todos os nossos cidadãos, onde quer que sua segurança seja ameaçada ou seus direitos fundamentais sejam violentados”, declarou Santos – ressaltando que “o confronto serve só para interesses políticos, individuais ou eleitorais.

De acordo com o líder, 751 colombianos foram deportados e muitos deles relataram, ao chegar à cidade de Cúcuta, que foram “atropelados” pelas forças de segurança venezuelanas e que suas casas foram marcadas para serem demolidas. Segundo o mandatário, seu país sempre teve “uma total disposição” para “colaborar e coordenar ações necessárias na luta contra o contrabando e o crime organizado que o controla”.

Santos também informou que criou uma comissão especial na fronteira para avaliar a situação e ajudar todos os deportados a encontrarem rapidamente seus familiares.

Reunião entre chanceleres

Está marcada para esta quarta-feira (26), uma reunião entre a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, e sua homóloga colombiana, María Angela Holguín, para debater a tensa situação entre as duas nações. O encontro quer elaborar “um plano especial para uma nova fronteira”.

O presidente Nicolás Maduro destacou espera que o debate “dê um passo positivo”. “Nós vamos para esta reunião com a maior das esperanças, mas também como uma verdade muito dura. Aspiro que haja capacidade de compreensão do governo da Colômbia”, afirmou o mandatário.

Já Juan Manuel Santos ressaltou a importância da reunião e destacou que Holguín tem indicações expressas para “tratar pessoalmente” sobre os problemas gerados por essa medida “unilateral do governo do país vizinho”. Ela também irá expressar sua “inconformidade” por toda a situação gerada.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou que o “diálogo direto” é o “instrumento fundamental” e propício para superar a crise entre Colômbia e Venezuela. A afirmação ocorreu após uma reunião com o presidente colombiano, onde Santos mostrou que a solução para o problema precisa ser feita por vias diplomáticas.

Colômbia e Venezuela dividem 2.219 quilômetros de fronteira, considerada uma das mais ativas da América Latina. Desde suas independências, as duas nações alternam momentos de conflito e de cooperação bilateral. Desde a década de 1980, com o aumento do tráfico de drogas e combustíveis, os problemas voltaram a ser frequentes.

Especialmente, entre os anos de 2002 e 2010, durante os governos de Álvaro Uribe (Colômbia) e Hugo Chávez (Venezuela), a situação voltou a ser caótica. Por grandes diferenças ideológicas de direita e esquerda, houve uma crise diplomática em 2007 – em uma troca humanitária que não foi realizada com sucesso – e as relações bilaterais foram congeladas.

Já em julho de 2010, outra briga por causa da atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) ocasionou o rompimento das relações diplomáticas. No entanto, com a posse de Juan Manuel Santos pouco tempo depois as conversas por vias diplomáticas foram retomadas.

*Com Ansa


Comentários

Uma resposta para “Maduro acusa direita colombiana de criar tensão na fronteira”

  1. Avatar de Benedito Matador de Porco
    Benedito Matador de Porco

    Os psicopatas do FORO DE SP… temos agora um Hitler na America Latina, o palhaço MADURO, cometendo absurdos ridículos, é a praga comunista que se nao acabarmos com ela, estamos em risco de entrarem para a lista dos mais de 120 MILHOES de pessoas assassinadas por comunistas de 1917 à 2004!
    Temos que nos defender desses psicopatas, vejam no youtube: URSAL, FORO DE SP, Raposa Serra do Sol, OIT169, decreto 8243, PNDH3…

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