Nicolás Maduro afirma que Obama cometeu “erro garrafal”

Foto: Fotos Públicas/Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil (27/07/2010)
Foto: Fotos Públicas/Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil (27/07/2010)


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (9) que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cometeu um “erro garrafal” e que será lembrado da mesma forma que os “[ex-presidentes] Richard Nixon e George Bush” por causa da ordem executiva assinada por ele nesta segunda em que afirma que o país sul-americano é uma “ameaça à segurança nacional norte-americana”. Os EUA também aprovaram sanções contra sete funcionários do governo venezuelano, incluindo a proibição de entrarem no território do páis.

Maduro também anunciou que vai criar um novo ordenamento institucional para “preservar a paz” na Venezuela e que o ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013, deixou uma “rede de contatos, incluindo gente da Casa Branca, para proteger o país. “Vou solicitar uma lei anti-imperialista, para preparar todos os cenários e ganhar todos, triunfar em todos, com a paz. O presidente Barack Obama, representando a elite imperialista dos Estados Unidos, decidiu pessoalmente derrotar meu governo e intervir na Venezuela para controla-la. Por isso deram esse passo no dia de hoje”, disse em cadeia nacional na noite desta segunda-feira. “As fontes deixadas por Chávez nos informaram que há elementos para uma guerra contra o nosso país para cansar o povo, para esgotá-lo. Me chegou uma nota em dezembro sobre isso e eu agradeço pela ajuda que veio [de funcionários venezuelanos] dos Estados Unidos”, completou.

O presidente explicou que elaborou uma lei que lhe confere “poderes especiais para preservar a paz, a integridade e a soberania do país perante qualquer circunstância que possa se apresentar com essa agressão imperialista”. Segundo a imprensa venezuelana, o pedido será apresentado pelo vice-presidente executivo, Jorge Arreaza, nesta terça-feira (10), na sessão da Assembleia Nacional, presidida pelo oposicionista Diosdado Cabello.

O presidente Barack Obama determinou nessa segunda-feira (9) a aplicação de novas sanções a funcionários venezuelanos, que acusa de violação de direitos humanos, entre eles o diretor-geral dos Serviços Secretos e o diretor da Polícia Nacional. Entre as sanções estão a proibição de entrada nos Estados Unidos e o congelamento de bens. ”Estamos profundamente preocupados com o aumento das iniciativas do governo venezuelano para intimidar os seus opositores políticos”, disse o governo norte-americano em comunicado. Na nota, ainda está escrito que o problema é de “emergência nacional” nos Estados Unidos devido ao “extraordinário risco” que representa a situação na Venezuela para a segurança norte-americana.

Repercussão

Os governos aliados a Venezuela criticaram duramente a posição dos Estados Unidos. Pelo Twitter, o presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que a atitude norte-americana é uma “brincadeira de mal gosto que recorda os momentos mais obscuros [da relação entre EUA e América Latina]”. Em seguida, ele ainda questionou: “Não entenderam que a Améric Latina mudou?”. O governo de Cuba, em comunicado, também criticou a postura norte-americana e o líder da revolução cubana, Fidel Castro, divulgou uma carta a Maduro em que diz que “felicita-o pelo brilhante e valente discurso frente aos brutais planos do governo dos Estados Unidos”.

O governo brasileiro não se manifestou sobre o assunto até a manhã desta terça-feira.


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