Malásia encontra outros destroços de avião em ilha francesa no Índico

Foto: 1st Class Peter D. Blair/ Navy Mass Communication Specialist
Foto: 1st Class Peter D. Blair/ Navy Mass Communication Specialist

Almofadas de assentos e janelas de avião foram encontrados ao largo da Ilha Réunion, onde foi detectado, há cerca de uma semana, um fragmento da asa do avião da Malaysia Airlines desaparecido há mais de um ano. “Também encontramos destroços como janelas, chapas de alumínio e almofadas de assentos”, disse nesta quinta-feira (6) à imprensa o ministro dos Transportes da Malásia, Liow Tiong Lai. O ministro adiantou, no entanto, que falta confirmar se esses destroços também pertencem ao MH370. “Há pequenas peças, mas não podemos confirmar que sejam do MH370. Isso tem de ser feito pelas autoridades francesas”, disse.

Horas antes, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, pôs fim aos 17 meses de espera por provas materiais do avião ao anunciar que uma equipe de peritos internacionais confirmou que a parte de asa encontrada na ilha pertencia ao Boeing 777 acidentado. O avião desapareceu sobre o Oceano Índico em 8 de março de 2014, 40 minutos depois de decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim, com 239 pessoas a bordo, a maioria de nacionalidade chinesa.

Em Pequim, familiares de vítimas do acidente manifestaram desconfiança e irritação com o anúncio feito pela Malásia e se juntaram em frente aos escritórios da Malaysia Airlines na capital chinesa para pedir explicações. “Não acredito nesta última informação sobre o avião, eles mentem desde o princípio”, disse à Agência France Presse Zhang Yongli, cuja filha viajava no MH370. “Sei que a minha filha está em algum lugar, mas não nos dizem a verdade”, acrescentou o homem.

Num comunicado escrito à mão e colocado em uma rede social chinesa, alguns familiares de vítimas manifestaram “sérias dúvidas” quanto às últimas informações e exigiram um encontro com um representante do governo malaio. Os peritos franceses que analisaram os destroços encontrados na Ilha de Reunião afirmaram que há “uma probabilidade muito alta” de pertencerem ao MH370.

Wen Wancheng, pai de uma das vítimas, destacou a “grande cautela” dos peritos franceses e o fato de ainda não terem “tirado uma conclusão” absoluta. “Como é que se pode chegar à conclusão precipitada de que o avião caiu com base numa única peça? Pode ser de outro avião”, afirmou.

A Malaysia Airlines confirmou na quarta-feira (5), em um comunicado a parentes e amigos dos passageiros do voo MH370, que o pedaço de asa encontrado no dia 29 de junho na Ilha Réunion, perto de Madagascar, na costa sudeste da África, pertence à aeronave que sumiu no dia 8 de março do ano passado, sem deixar vestígios.

O Boeing da Malaysia Airlines saiu de Kuala Lumpur, capital da Malásia, com destino a Pequim. Pouco mais de uma hora depois da decolagem, a comunicação com a torre de controle foi interrompida. Investigadores acreditam que o transponder (aparelho que informa a posição da aeronave para o controle de tráfego aéreo e outros aviões) tenha sido desligado de propósito e que a aeronave foi desviada de sua rota em direção ao Oceano Índico, onde várias operações de buscas foram realizadas nos últimos 16 meses. O local onde o pedaço de asa foi encontrado fica a milhares de quilômetros a oeste da área de buscas. Na mesma praia, foi encontrado na semana passada um pedaço de mala, por um trabalhador responsável pela limpeza do litoral.

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, afirmou “esperar que a confirmação, embora trágica e dolorida, traga certeza às famílias das 239 pessoas que estavam a bordo da aeronave”. “Agora temos evidência física de que, em março do ano passado, o voo MH370 terminou tragicamente no sul do Oceano Índico.”

O pedaço de asa, que foi levado para a França, está sendo analisado por especialistas da agência responsável pela investigação de acidentes aéreos, com a participação de autoridades da Malásia, China e Austrália. Em entrevista à imprensa na quarta-feira (5), o procurador francês Serge Mackowiak adotou uma postura mais cautelosa e disse que há uma “suposição muito forte” de que o destroço pertença ao Boeing 777 do voo MH370.

“Representantes da Malaysia Airlines nos informaram as especificações técnicas do voo MH370 e foi possível comparar essas informações às encontradas no destroço ”, informou. Ele observou, entretanto, que uma nova análise será feita no objeto e também na mala encontrada na ilha.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.