Apesar do alto risco e das ameaças à segurança do papa Francisco, o líder católico usará o “papamóvel” sem proteção especial durante trajetos percorridos na África, tanto no Quênia, como em Uganda e na República Centro-Africana. A informação foi confirmada pelo porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, nesta quinta-feira (19) durante a coletiva que apresentou detalhes da 11ª viagem do Pontificado de Jorge Mario Bergoglio, que ocorre entre os dias 25 e 30 de novembro.
“Não soube que o Vaticano tenha pedido um colete à prova de balas para o Papa e não acho, e isso me parece curioso, que alguém use o papamóvel sem proteção vestindo um colete à prova de balas”, respondeu Lombardi a um jornalista que questionava a segurança do líder católico.
A primeira peregrinação do sucessor de Bento XVI ao continente africano está envolta em uma série de preocupações relatadas por pessoas que cuidam da segurança do líder da Igreja Católica. Em especial, elas atingem a ida de Francisco a Bangui, capital da RCA, que enfrenta uma guerra entre milícias ditas muçulmanas e cristãs. O país está em uma tentativa de pacificação com líderes de todas as religiões que atuam no local e enfrenta constantes conflitos entre os grupos rivais.
Para a passagem do Papa, Lombardi informou que Bergoglio fará discursos em espanhol e inglês e, pela primeira vez desde que está no posto, também em francês. Acompanharão o líder no roteiro o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, o monsenhor Angelo Becciu (que atua na pasta de Assuntos Gerais), o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, cardeal Fernando Filoni, e o presidente para Justiça e Paz, cardeal Peter Turkson. Parolin, no entanto, não viajará para a RCA porque se dirigirá a Paris para a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima.
As visitas de líderes católicos à África não são muito comuns. João Paulo II foi ao Quênia em 1980, 1985 e 1995 e a Uganda em 1993. Karol Wojtyla também fez uma missa, em 1985, na República Centro-Africana. Antes dele, Paulo VI visitou Uganda em 1969, sendo a primeira visita de um líder religioso ao continente na modernidade.
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