Em um discurso inédito diante da União Africana (UA), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou nesta terça-feira (28) os líderes políticos que se perpetuam no poder e as organizações terroristas que atuam na região, como o Boko Haram e o Al-Shabab. De acordo com o mandatário, que se tornou o primeiro presidente dos EUA a discursar na entidade que reúne 54 países africanos, “o progresso da África dependerá da segurança e da paz”. Desvinculando-os do Islã, Obama classificou os grupos terroristas de “assassinos” e disse que “milhões de muçulmanos africanos sabem que o Islã significa paz”.
O Boko Haram e o Al-Shabab, que defendem a sharia (lei islâmico), cometem uma série de atentados em países africanos, principalmente na Nigéria e na Somália, respectivamente. Obama também disse que a democracia na África é ameaçada sempre que um presidente se recusa a abandonar o cargo ao fim de seu mandato. “Ninguém pode ser presidente para sempre. Não entendo o porquê querem permanecer tanto tempo no lugar, especialmente quando tem muito dinheiro”, ressaltou.
“Acho que sou um ótimo presidente. Se me candidatasse, poderia ganhar pela terceira vez, mas não posso fazer isso”, comentou, citando a Constituição dos EUA. Além da crítica, Obama fez um apelo social e um chamado para a comunidade internacional. “A coisa mais urgente para a África hoje e para as próximas décadas é a criação de novas oportunidades de trabalho para os jovens”, disse o norte-americano. “A África dá passos largos e cada vez mais homens, mulheres e crianças vivem em condições de dignidade. O mundo deve mudar o olhar sobre a África para contribuir para deixá-la mais rica, próspera e pacífica”, completou.
O discurso de Obama na UA faz parte da agenda do presidente durante sua visita de dois dias à Etiópia, o segundo país mais populoso da África. Antes, ele esteve no Quênia.
*Com Ansa
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