O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai se reunir nesta segunda-feira (27) com líderes africanos em Adis Abeba, na Etiópia, para discutir um projeto de paz ao Sudão do Sul, país abalado por uma guerra civil desde o final de 2013 que já deslocou dois milhões de cidadãos pelo continente, além de milhares de mortes. Segundo o jornal norte-americano New York Times, a proposta do presidente dos EUA prevê, entre outras coisas, um embargo ao envio de armas para o país em conflito. “Quebra meu coração ver o que o Sudão do Sul se tornou hoje”, disse a conselheira de segurança do governo norte-americano, Condolezza Rice, antes da visita presidencial.
A viagem de Obama faz parte de um cronograma que envolveu o Quênia, país onde nasceu o pai do presidente, Barack Obama, morto em 1982, e a Etiópia, cuja capital sedia o ramo executivo da União Africana, instância de poder unificada dos países da região. Assim como no Quênia, Obama se tornou o primeiro presidente norte-americano a visitar a Etiópia na história. O governo do país foi criticado em reportagem do jornal New York Times nesta segunda-feira, dizendo que o Estado etíope “sufoca a oposição política e os meios de comunicação independentes, prende jornalistas e reinvindica 100% dos acentos no parlamento, a partir de eleições confusas realizadas em maio”. Obama se encontrou pela manhã desta segunda com o presidente, Mulatu Teshome, e com o primeiro-ministro local, Hailemariam Desalegn.
No sábado, ainda no Quênia, Barack Obama pediu igualdade de direitos para os homossexuais na África, por mais tolerância religiosa e política e contra a corrupção e o avanço de ações terroristas na região. Ele também aproveitou a oportunidade para fazer um apelo ao o fim da “terrível guerra civil” no Sudão do Sul. Ele ainda estimulou os africanos a rebelar-se contra “o câncer da corrupção” para ultrapassar esse obstáculo que atrasa o desenvolvimento do continente. “Na África há muitos países que sofrem este problema, e se tolera porque sempre esteve por aí”, disse ele em discurso pronunciado em um abarrotado ginásio poliesportivo de Nairobi, capital do país.
Segundo o presidente americano, “será preciso tomar decisões difíceis, mas o progresso requer que se enfrente os cantos mais obscuros do passado”, razão pela qual líderes políticos, sociedade civil e cidadãos deverão trabalhar juntos para reverter esta situação. A luta contra a corrupção só será efetiva se houver “leis duras”, mas também “um povo que se levante e diga basta”, ressaltou.
Deixe um comentário