Parece não ter fim a emergência da imigração clandestina no sul da Europa. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) divulgados nesta sexta-feira (17), 950 pessoas já morreram desde o início do ano tentando atravessar o mar Mediterrâneo em busca de uma vida melhor.
“É fundamental reiterar que não podemos nos habituar a essas tragédias. É preciso fazer uma séria reflexão sobre a instituição de alternativas legais às perigosas travessias via mar. Essas mortes podem ser evitadas com um maior empenho internacional”, declarou Carlotta Sami, porta-voz do Acnur.
Quase diariamente, embarcações clandestinas superlotadas partem da costa africana, principalmente da Líbia, rumo ao sul da Europa. Apenas nos últimos sete dias, unidades navais da Itália, país que mais sofre com esse problema, e da União Europeia resgataram 11 mil imigrantes ilegais no Canal da Sicília.
Frequentemente, esses barcos afundam em alto mar e causam grandes tragédias, como a do dia 3 de outubro de 2013, que fez 368 vítimas perto da ilha italiana de Lampedusa. “Devemos trabalhar para tornar o Mediterrâneo mais seguro, do contrário arriscamos perder a dignidade e nossos valores”, disse o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, durante visita a Washington.
Até mesmo a Igreja Católica entrou para o debate, por meio da Conferência Episcopal Italiana (CEI), e acusou os outros países europeus de “lavarem as mãos” em relação ao problema da imigração.
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