Nisman pediria extradição de iranianos para a ONU

O jornal argentino La Nación publicou uma reportagem nesta segunda-feira (23) em que afirma que o procurador Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento, em Buenos Aires, no dia 18 de janeiro, iria apresentar ao Conselho de Segurança da ONU um pedido de extradição dos iranianos para a Argentina dos acusados do ataque a um centro israelita na capital do país, em 1994. Segundo o diário, a carta que seria entregue ao conselho faz parte dos documentos encontrados em uma lixeira do apartamento de Nisman e que estão sendo utilizados na investigação de sua morte.

Ainda de acordo com o La Nación, Nisman queria que o governo iraniano entregasse os acusados pelo ataque que são procurados formalmente pela Interpol, entre eles um ex-chefe do serviço de segurança exterior do Hezbollah. No documento que seria apresentado por Nisman no parlamento argentino, havia a denúncia de que o governo do país pretendia restringir as buscas pelos iranianos em viagens ao território da Argentina, o que configuraria “acobertamento” dos responsáveis.

Início legislativo

Em meio a tensão política, o parlamento argentino retomará as atividades neste domingo (1), no que deve ser um ano pesado, já que, em outubro acontecerá a eleição presidencial. A presidente Cristina Kirchner vai abrir a sessão e se espera que as reações dos congressistas seja das mais diversas. Hoje, o Legislativo está dividido entre os que apoiam a Casa Rosada e os que acusam o governo de matar Nisman. Nesta segunda, o também diário argentino Clarín, de oposição a Cristina, publicou reportagem em que afirma que a presidente vai cumprir uma série de compromissos oficiais para melhorar a sua imagem perante a população, como a inauguração de obras no interior do país e em Buenos Aires, onde 400 mil pessoas protestaram contra o governo na semana passada.

A última vez que Cristina se pronunciou oficialmente foi na tarde de sábado (21), quando ela criticou a postura do Clarín na cobertura dos protestos do dia 18 de fevereiro, que ficaram conhecidos como 18F ou “Marcha do Silêncio”. “A cadeia nacional de desespero e ódio, comandado pelo Clarín, goza do privilégio da liberdade de expressão, 365 dias por ano, 24 horas. É curioso que, quando falo o que alguns não querem, um promotor exije que eu me cale, e quando eu não falou sobre o que eles querem, me pedem para falar. Em suma: a palavra “silêncio” parece ter proprietários na Argentina”, publicou em seu Facebook.


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