As livrarias nos Estados Unidos estão se transformando em centros de resistência política ao presidente Donald Trump. Elas promovem debates sobre justiça social e organizam grupos de ação para provocar o novo ocupante da Casa Branca.
No movimento de protesto que surgiu à esquerda, assim que Trump tomou posse em janeiro, as livrarias entraram na guerra e assumiram papéis que vão desde simples locais de encontro a verdadeiras salas de luta política.
Enquanto as grandes cadeias, como a Barnes & Noble, que têm clientes em todas as camadas, se afastaram do campo político, as livrarias independentes, com um núcleo mais reduzido de clientes, foram se envolvendo cada vez mais na luta política.
“Muitas pessoas afirmam que viramos as nossas lojas para a revolução”, disse Hannah Oliver Depp, gerente de operações da rede Word, que tem livrarias em Nova Jersey e Nova Iorque, em declarações ao jornal The New York Times.
Uma das iniciativas dos quais participou, e que reuniu centenas de pessoas, convidava os clientes a escrever postais aos governantes, tendo ela própria escrito ao senador Cory Booker de Nova Jersey, agradecendo pela sua resistência contra a administração Trump.
Em St. Louis, no Missouri, os donos de livrarias planejaram eventos com escritores para reverter os lucros a favor dos refugiados, e muitas lojas estão divulgando, para os clientes, informações como as escolhas de Trump para os gabinetes, a ameaça de cortar o financiamento para as cidades-santuário ou a proibição de entrada de refugiados e de muçulmanos nos Estados Unidos.
Por todo o país, livrarias independentes encheram as suas janelas e estantes com livros emblemáticos como 1984, de George Orwell, It Can’t Happen Here (“Não pode acontecer aqui”), de Sinclair Lewis, e outras obras sobre política, fascismo, totalitarismo e justiça social.
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