A autópsia realizada no corpo do ex-núncio e ex-arcebispo polonês Jozef Wesolowski apontou um ataque cardíaco como principal causa de morte do religioso, que se tornaria nas próximas semanas o primeiro membro da Igreja Católica a responder por um processo de pedofilia.
Wesolowski, de 66 anos, foi encontrado morto na madrugada de sexta-feira (28). Fontes ouvidas pela Ansa relatam que o ex-núncio foi achado por volta das 5h da manhã (hora local), em frente a uma televisão ligada. Wesolowski morava no local por ordem do papa Francisco e não tinha autorização para sair da residência, sendo uma espécie de “prisão domiciliar”.
O julgamento do ex-arcebispo deveria ter iniciado no dia 11 de julho, mas foi adiado porque, cerca de 24 horas antes, o polonês teve um aumento de pressão e precisou ser internado por alguns dias em Roma.
A mando do Papa, o ex-bispo foi preso em setembro de 2014 pelas autoridades vaticanas e chegou a ir para o presídio do Estado.
Porém, dois meses depois, ele foi transferido para a prisão domiciliar para cuidar de sua saúde.
O ex-núncio era acusado de abusar sexualmente de menores enquanto atuava em Santo Domingo, entre janeiro de 2008 e agostos de 2013, e de arquivar material pornográfico infantil.
Desde que anunciaram o julgamento, os juízes vaticanos afirmavam que havia motivos suficientes para iniciar o processo e que tudo estava sendo baseado em investigações realizadas pela Santa Sé sobre o caso. Ele poderia pegar até sete anos de prisão pelos crimes.
O enterro do ex-núncio ocorrerá na próxima segunda-feira (31), às 17h de Roma (12h de Brasília), na capela do Governatorato Vaticano.
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