O jornal norte-americano New York Times publicou nesta terça-feira (10) que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai pedir ao Congresso do país autorização para enviar forças terrestres para lutar nos territórios ocupados pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Segundo a publicação, a Casa Branca deve oficializar o pedido ainda nesta quarta-feira (11). Desde o ano passado, a força aérea norte-americana sobrevoa algumas regiões dos dois países lançando bombas e fazendo investidas menores.
O NY Times cita, porém, o receio do parlamento norte-americano em permitir a investida militar no Oriente Médio depois de duas guerras em que o país se envolveu na região e que mancharam a imagem dos Estados Unidos. A primeira em 2002, no Afeganistão, logo após os ataques de 11 de setembro, e a segunda anos depois, no Iraque, que culminou na morte de Saddam Hussein. Os democratas temem o período em que as ações durariam e os republicanos estão duvidosos de que a estratégia do governo seja suficiente para derrotar o grupo extremista.
Nesta terça-feira, o chefe de gabinete da presidência, Denis McDonough, foi ao Capitólio apresentar a resolução que o governo pretende enviar ao parlamento para alguns congressistas. “Se o dinheiro ou o poder militar mudasse parte do mundo, estaríamos feitos há muito tempo”, disse o senador Joe Manchin. “Eu tenho divergências com a conduta do presidente Obama na política externa, mas, neste caso, precisamos de uma autorização para o uso da força militar. Nossos aliados e nossos inimigos precisam saber que falamos uma só voz”, concordou o republicano Jeff Flake, assim como o seu colega Mark Kirk, que disse que a ideia de Obama “é a coisa mais certa para acabar com o grupo”.
Ainda de acordo com o New York Times, Barack Obama deverá ter maior resistência aos ataques dentro do próprio partido democrata, do qual faz parte. “Ele não pode esquecer que haverá um novo presidente dentro de dois anos e que este também vai herdar essa autorização”, disse o chefe do Comitê de Relações Exteriores democrata, Robert Menendez.
Newsweek
A conta da revista norte-americana Newsweek no Twitter foi invadida na manhã desta terça-feira por um grupo denominado “Cyber Califado “, que informou ser ligado ao Estado Islâmico. O perfil da revista ficou invadido por 15 minutos, quando o Twitter bloqueou a conta. Durante a invasão, a foto de perfil foi trocada pela de um homem mascarado e a capa foi alterada pela bandeira do grupo extremista, além de postagens ameaçando a família Obama e órgãos do país. “Enquanto os EUA e seus satélites estão matando nossos irmãos na Síria, no Iraque e no Afeganistão, estamos destruindo o seu sistema de segurança cibernética nacional a partir de dentro”, diz uma das postagens. “#MichelleObama! Nós estamos observando vocês, meninas e seu marido!”, afirma outra. A Casa Branca não se manifestou sobre o assunto.
Fortalecimento
Os Estados Unidos acreditam que 20 mil estrangeiros de 90 países chegaram à Síria para se juntar ao Estado Islâmico em ritmo “sem precedentes”, segundo o Centro Nacional de Contraterrorismo (NCTC, sigla em inglês). “O ritmo de chegada não tem precedentes, comparado a outras áreas de conflito como o Afeganistão, Paquistão, Iraque, Iêmen ou a Somália”, disse Nicolas Rasmussen, diretor do NCTC, nesta quarta-feira (11). “Estimamos que pelos 3,4 mil combatentes estrangeiros são provenientes de países ocidentais, incluindo 150 norte-americanos”, completou ele. O número de pessoas que pretendem viajar para a Síria e o Iraque para se juntar ao grupo extremista Estado Islâmico também está aumentando. “As tendências são claras e preocupantes”, concluiu o diretor do NCTC.
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