A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), iniciou nesta quinta-feira (10) uma visita à fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, de modo a observar a situação de direitos humanos na região. A delegação da CIDH verificará as condições dos colombianos expulsos do território venezuelano ou que decidiram sair do país por causa da crise fronteiriça.
A delegação da CIDH é composta, entre outros, pelo ex-presidente espanhol Felipe González e pelo secretário-executivo da comissão, Emilio Álvarez Icaza. No dia 20 de agosto, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fechou a fronteira com a Colômbia, depois que um civil e três militares venezuelanos foram feridos em uma emboscada. Desde o fechamento, segundo uma missão das Nações Unidas, mais de 1,1 mil colombianos foram repatriados e mais de 10 mil abandonaram a Venezuela voluntariamente.
Os militares venezuelanos foram baleados enquanto patrulhavam a fronteira do estado de Táchira, na tentativa de evitar o contrabando de gasolina e alimentos subsidiados para a Colômbia, onde são vendidos a preços mais altos. Maduro atribuiu o ataque às “máfias paramilitares colombianas” e, além de fechar a fronteira, decretou estado de exceção constitucional em seis municípios. Ele enviou 1,5 mil soldados à região para “restabelecer a ordem, a paz e a convivência”.
Na terça-feira (8), Maduro anunciou que determinou o fechamento de mais uma área de fronteira com a Colômbia e o envio de 3 mil soldados das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas para reforçar a segurança. “Decidi decretar o estado de exceção para proteger o povo nos municípios de Guajira, Mara e Almirante Padilla.” Em nota, a CIDH informou que a visita foi autorizada pela Colômbia, mas “até o momento não recebeu resposta do governo venezuelano”. Por esse motivo, a comissão visitará inicialmente apenas o lado colombiano da fronteira.
Durante a permanência na Colômbia, a delegação se reunirá com autoridades, organizações da sociedade civil e pessoas afetadas pela situação na fronteira. A visita ocorre dias depois de o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, ter ido a Cúcuta, na Colômbia, verificar a situação da região.
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