Muitas das violações e abusos perpetrados pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) podem constituir “crimes de guerra, crimes contra a humanidade e, talvez, genocídio”, apontou nesta segunda-feira (23), relatório das Nações Unidas (ONU) sobre a situação do Iraque.
Realizado pela Missão de Assistência no Iraque (Unami) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o informe documenta violações aos direitos humanos e de natureza cada vez mais sectária, assim como a deterioração do estado de direito em boa parte do país.
O documento, que diz respeito ao período entre 11 de setembro e 10 de dezembro de 2014, fala, por exemplo, de “matanças de civis, raptos, violações, escravidão e tráfico de mulheres e crianças”, além de “recrutamento forçado de jovens, destruição de locais religiosos ou de valor cultural, saques e negação de liberdades fundamentais”.
A ONU ainda destaca o caráter sistemático e estendido de tais violações. Segundo o informe, membros de diversas comunidades étnicas e religiosas do Iraque – entre eles cristãos, xiitas e curdos – foram colocados na mira do grupo e submetidos a graves abusos. Ações parecem fazer parte de “uma política deliberada que tende a destruir, suprimir estas comunidades de forma permanente nas áreas sob seu controle”.
O relatório, que ainda descreve violações cometidas pelas forças de segurança iraquianas e grupos armados associados a elas, indicam que ao menos 11.602 civis foram mortos e 21.766 feridos entre janeiro e dezembro de 2014.
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