Opositor ao chavismo, prefeito de Caracas é preso pela justiça venezuelana

Antonio Ledezma - Foto: Intendencia de Caracas
Antonio Ledezma – Foto: Intendencia de Caracas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou nesta sexta-feira (20) que o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, membro da oposição ao chamado “chavismo”, vai ser alvo de um processo judicial por “conspirar contra o governo” do país. Ele foi detido na noite desta quinta-feira por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e levado para a superintendência da organização na capital venezuelana.

Na semana passada, o prefeito da cidade de Libertador de Caracas, o chavista Jorge Rodríguez, acusou Ledezma e o deputado oposicionista Julio Borges de planejar um golpe de Estado contra Maduro, que seria colocado em prática no dia 12 de fevereiro. Na ocasião, o prefeito da cidade negou que tivesse planejando derrubar o governo do sucessor de Chávez.

Nesta sexta-feira, em um pronunciamento no Palácio de Miraflores, em Caracas, Maduro confirmou que Ledezma vai responder na Justiça pelo suposto golpe que planejava. “Por ordem do Ministério Público, ele foi capturado e será processado pela Justiça venezuelana para que responda pelos delitos cometidos contra a segurança do país”, disse o presidente. “Vai haver justiça, caia quem cair. Quem estiver por trás [de uma conspiração] tem que ir preso e vai pagar na cadeia. Não vou ser tolerante contra aqueles que conspiram contra o país”, completou.

Nicolás Maduro advertiu os opositores de que o chavismo “vai com tudo” contra quem tomar “atalhos” e voltou a insistir que existe um plano dos Estados Unidos para derrubar o governo.

A coligação opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) acusou o governo venezuelano de tentar colocar na ilegalidade a oposição, ao deter o líder do partido Alternativa Democrática. “Constatamos a patética demonstração de debilidade que o governo venezuelano está dando perante a erosão do seu apoio popular. O governo optou por um atalho, pela violência e tenta ilegalizar a oposição democrática”, disse o secretário da MUD, Jesus Torrealba.

A detenção de Antonio Ledezma acontece um ano depois da detenção do também membro da oposição Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular. Mtizy Capriles de Ledezma, mulher do prefeito, disse à imprensa que ele foi detido por mais de 30 funcionários do serviço secreto que entraram em seu gabinete, na Torre Exa, em Chacao, na zona leste de Caracas e o levaram à força. “Responsabilizo, de maneira total e absoluta, [Nicolás] Maduro por qualquer coisa que aconteça a Antonio Ledezma”, afirmou.

Em sua conta no Twitter, o ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera, escreveu que “a detenção, ilegal e abusiva confirma os múltiplos atentados contra as liberdades, a democracia e os direitos humanos por parte do governo do presidente Maduro” e pediu “respeitosamente ao governo do Chile que levante claramente a sua voz em defesa das liberdades, da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”.

Câmeras de segurança flagram detenção de Antonio Ledezma:

Com Agência Brasil


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