Neste sábado (7), na Europa, o comandante das tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) defendeu abertamente a entrega de armas ao exército ucraniano para ajudar no conflito com os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
“A última solução no leste da Ucrânia será diplomática e política”, defendeu o general norte-americano Philip Breedlove à margem da conferência de segurança de Munique, na Alemanha. Ele saudou a recente iniciativa diplomática franco-alemã para tentar convencer as partes a cessar as hostilidades.
“Mas não acredito que devamos excluir a possibilidade de uma opção militar” associada às sanções adotadas pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos contra a Rússia. “Falamos mais especificamente em armas (…) e de capacidade, que fazem falta ao exército ucraniano”, especificou Breedlove.
Na Ucrânia, depois de várias semanas de violentos enfrentamentos, os conflitos diminuíram de intensidade nos últimos dias. A relativa trégua coincidiu com o anúncio de uma proposta de paz franco-alemã, que a França e a Alemanha apresentaram em Kiev e Moscou.
Na sexta (6), a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Francois Hollande, mantiveram negociações sobre a Ucrânia no Kremlin até à meia-noite com o líder russo, Vladímir Putin. As três partes consideraram as consultas “construtivas”, mas nenhum dos mandatários fez declarações à imprensa para explicar os resultados das conversações ou o conteúdo do plano de paz para solucionar o conflito na Ucrânia.
Segundo analistas, o fato de as partes terem concordado em prosseguir as consultas no fim de semana, depois de a Alemanha ter recusado um eventual fornecimento de armamento a Kiev, é um bom sinal para uma possível solução para o conflito.
A única coisa que se sabe é que a Alemanha, a França e a Rússia e a Ucrânia elaboraram um documento conjunto com base nos acordos de paz de Minsk de setembro de 2014, que também deverá ser aprovado pelos separatistas.
Para os especialistas, a dúvida agora é saber é onde se traçará a linha de separação entre ambas as partes, já que as milícias pró-russas reconquistaram, desde o princípio do ano, centenas de quilômetros de terreno.
O governo norte-americano informou estar a par do plano e apoiou a iniciativa diplomática europeia, mas advertiu que podia fornecer armamento defensivo a Kiev, caso se mantenha a atual escalada do conflito na Ucrânia.
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