Jorge Mario Bergoglio cumprirá, na tarde desta quarta-feira (8), a segunda visita de um papa à Bolívia na história do país. Ele vai aterrizar em La Paz, principal cidade boliviana, na tarde desta quarta, 27 anos depois da chegada de João Paulo II, em maio de 1988, na primeira visita de um papa ao país sul-americano. O dia ainda prevê um encontro com o presidente boliviano, Evo Morales, na sede do governo, e uma recorrida pela cidade, uma das mais altas do mundo, com 4 mil metros de altitude em relação ao nível do mar.
Para suportar o ar rarefeito da cidade, Francisco terá à sua disposição tubos de oxigênio e uma equipe médica especializada. No entanto, o próprio papa já afirmou que vai participar do tradicional ritual andino de mascar folhas de coca. “Não tem problema. Vou mascá-las”, disse ele, durante voo entre Roma e Quito, no Equador, onde iniciou a viagem pela América do Sul.
A visita não deixou de trazer polêmicas ao país: nesta quarta, o jornal boliviano El Deber, de Santa Cruz de La Sierra, província de maioria contrária ao governo de Evo, afirma em reportagem que o presidente do país “cansou de ser prejudicar a hierarquia católica local, acusando-a de direitista, aliada de oligarquias, de medieval, de atuar como na inquisição e de estar vinculada com roubos de templos” e que a viagem do papa terá caráter político, já que “Morales realizou uma intensa campanha publicitária para mostrar as coincidências entre Francisco e as políticos sociais do governo”.
A agenda do papa Francisco inclui uma homenagem ao sacerdote boliviano Luis Espinal, jesuíta assassinado durante a ditadura militar de Luís Garcia Meza Tejada, uma reunião de 50 minutos com Evo na Plaza Murillo, onde está sediado o governo boliviano, e um encontro com bispos e sacerdotes na Catedral Metropolitana de La Paz. Em seguida, já durante a noite, Bergoglio viaja para Santa Cruz de La Sierra, onde terá um dia cheio na quinta-feira (9).
A Bolívia é um país majoritariamente católico e se prepara para a visita há um mês. Segundo o El Deber, 11 mil policiais e 6 mil soldados do Exército vão participar da operação de segurança do papa no país. Francisco vai ao Paraguai ainda nesta semana antes de retornar ao Vaticano.
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