Parlamento da Grécia aprova acordo com credores

Foto: Reprodução/ rte.ie
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O Parlamento da Grécia aprovou, nesta quarta-feira (15), em mais uma votação histórica, o acordo que permite o terceiro resgate financeiro ao país, que pode chegar a um valor de 86 bilhões de euros (295 bilhões de reais). O Syriza, partido que detém a maior parte da força política grega, conseguiu a aprovação do acordo graças ao apoio de partidos de oposição pró-europeus.

Segundo a televisão estatal grega, 229 deputados votaram a favor do acordo, seis abstiveram-se e 64 manifestaram-se contra, principalmente o ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, e o presidente do Parlamento grego, Zoe Konstantopoulou.

Acordo é “passo importante” de acordo com Comissão Europeia

Nesta quinta-feira (16) a Comissão Europeia considerou que a aprovação do acordo financeiro pelo Parlamento grego constitui em um “passo importante” para reconstruir uma relação de confiança com Atenas.

“O Parlamento grego deu ontem (15) um passo importante para reconstruir a confiança com os parceiros internacionais da Grécia. Uma ampla maioria dos deputados adotou o primeiro pacote de reformas, em linha com os compromissos acordados na cúpula do euro de 12 de julho”, disse a porta-voz Annika Breidthardt, durante coletiva de imprensa da Comissão Europeia.

Annika ainda acrescentou que “as instituições trabalharam ao longo da noite para produzir uma análise comum destas propostas. A avaliação é que as autoridades gregas implementaram legalmente o primeiro pacote de medidas dentro do prazo e de forma globalmente satisfatória”.

Varoufakis rechaçou acordo pouco antes da votação

Em uma entrevista concedida ao jornal espanhol El País, o ex-ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, disse que não iria aceitar o acordo e esclareceu alguns detalhes dos bastidores da negociação entre Grécia e troika – Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional. “A negociação foi interminável, pois a outra parte se negava a fazer concessões, insistiam em um acordo global.”, explicou.

Apesar de diversos economistas e analistas avaliarem que a intenção da Grécia era sair da zona do euro, Varoufakis disse que não pretendia dispensar a moeda europeia. “Nunca pensei que deveríamos abandonar a moeda diretamente. Minha postura era que, se os bancos seriam fechados, que é uma medida forte e agressiva, deveríamos responder na mesma medida, mas sem cruzar um ponto que não teria mais retorno”.

O ex-ministro foi enfático quando tratou de falar do Eurogrupo, bloco que ministros das Finanças de países da zona do euro que invariavelmente participava das negociações entre Grécia e troika. “O problema [do eurogrupo] é que é um grupo sem existência legalmente reconhecida, sem um tratado que o sustente, porém com um poder máximo para decidir sobre a vida dos europeus. Não responde por nada, não existem atas das reuniões e é tudo confidencial, de modo que nenhum cidadão sabe o que está sendo discutido.”, criticou. 

Com Agência Brasil


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