O Parlamento da Grécia votou neste sábado (27) e aprovou a convocação de um referendo para decidir sobre as medidas propostas pelos credores em troca da verba para o resgate do país. A decisão foi tomada em um momento conturbado, onde tanto a União Europeia quanto os credores não aceitariam mais prorrogar a questão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O referendo foi aprovado por 178 votos a favor e 129 contra, sem nenhuma abstenção. Foram mais de 14 horas de um
debate intenso em torno do futuro econômico do país.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, pediu aos cidadãos para que votem “não” no referendo, contudo prometeu continuar disposto a discutir um acordo. “Nossa intenção de obter um compromisso de honra estará sempre na mesa”, afirmou o premiê. Para Tsipras, a confirmação do referendo não representa uma ruptura com a União Europeia, e sim a utilização de “táticas que ofendem a Europa”.
Alexis Tsipras também teceu duras críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o qual, segundo ele, queria que a Grécia colocasse a “carga da economia” nas costas dos aposentados. O primeiro-ministro ainda criticou a pretensão do Fundo de aumentar o Imposto sobre o Valor Acrecsentado (IVA) em cima dos hotéis de 6,5% para 23%, o que seria um golpe fortíssimo no setor hoteleiro, um dos mais competitivos do país.
A oposição grega acusa Tsipras e a base governamental de realizar o referendo para afastar o país da Europa e da zona do Euro. O ex-primeiro ministro e líder da Nova Democracia, Antoni Samaras, disse que “a proposta de referendo arrasta o país para fora da Europa”. Já Fofi Genimata, líder do partido social-democrata Pasok, acusou o governo de estar levando a Grécia para uma ruptura com o continente.
A votação sobre o referendo aconteceu paralelamente à reunião do Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças da zona do Euro, a qual decidiu pela não prorrogação do resgate. Tsipras havia requisitado a prorrogação por alguma semanas para que os cidadãos votassem “sem pressão”.
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