Prefeita de Madri quer tirar nomes franquistas das ruas

A Prefeitura de Madri, capital da Espanha, pretende retirar todos os nomes relacionados com o bando franquista da Guerra Civil e com a ditadura liderada pelo general Francisco Franco (1939 a 1975). De acordo com a porta-voz municipal, Rita Maestre, a gestão atual pretende seguir à risca a Lei de Memória Histórica e cumprir a promessa feita por Manuela Carmena, eleita pelo Ahora Madrid, durante as eleições. As informações são do jornal El País.

Sendo assim, um dos objetivos do novo governo é aplicar a lei contra simbologias e nomenclaturas ainda presentes na cidade. Maestre disse na segunda-feira (6) que o partido quer “abordar” os nomes das ruas da capital que rememoram pessoas, instituições e fatos ligados ao franquismo. Todavia, a porta-voz admitiu que ainda não há um plano concreto de como isso será feito.

“Estamos avaliando a aplicação da Lei de Memória Histórica. Acreditamos que ela não está sendo 100% cumprida nas ruas”, disse Maestre. A funcionária da prefeitura também afirmou que receberá propostas dos cidadãos para rebatizar os locais em discussão. “Queremos que isto seja feito em coordenação com os distritos e as organizações sociais”, afirmou, segundo o El País.

Um outro caso de cumprimento da Lei de Memória Histórica é a rua dos Caídos de La División Azul, que homenageia um contingente espanhol que integrou a Wehrmacht e lutou junto ao Exército da Alemanha Nazista. A praça Arriba España, situada ao lado do parque Berlim, também terá de mudar de nome pois foi batizada em homenagem ao lema da Falange Espanhola, movimento espanhol de cunho fascista.

Os dados que relatam todas as ruas, parques, praças, instituições e derivados que possuem nomes relacionados à ditadura franquista estão compilados em um relatório elaborado pela Associação para a Recuperação da Memória Histórica. Para a instituição, é um dever democrático a “retirada dos espaços públicos daqueles que deram um golpe de Estado e que fizeram o uso da violência como seu método de acesso ao Poder”, disse o comunicado da Associação.