O presidente da Argentina, Mauricio Macri, enfrentou na última quinta-feira (14) o primeiro panelaço desde que assumiu o governo, em dezembro. Os manifestantes foram às ruas de Buenos Aires e de outras grandes cidades do país para protestar contra o aumento nas tarifas de água, luz, gás e telefone. Além da capital, os manifestantes foram às ruas em Córdoba, Rosario, Mendoza, San Luis, San Juan, Santa Fe, Paraná, La Rioja, Neuquén, Salta e Chubut.
Macri retirou todos os subsídios que os governos de Néstor e Cristina Kirchner utilizavam para reduzir o valor dessas tarifas, o que provocou reajustes de preços de 200% a 2000%. Quem pagava uma conta de luz de 80 pesos, por exemplo, passou a despender 580. Muitos argentinos entraram com ações na Justiça contra os reajustes. Segundo pesquisa de Giacobbe Consultores, 70,7% dos argentinos reduziram o consumo de água, gás e luz por causa do tarifaço.
De acordo com Macri, o governo precisa reduzir o déficit fiscal, que chegou a 6,1% do PIB em 2015. As medidas do novo governo, contudo, provocaram um grande aumento da inflação, que bateu em 30% nos seis primeiros meses do ano. Os manifestantes exigiam a demissão do ministro de Energia, Juan José Aranguren. Ele negou que vá deixar o cargo e disse que os aumentos não serão cancelados.
Em 29 de abril, Macri já havia sido alvo de um ato convocado pelas centrais sindicais contra a demissão de trabalhadores. Mas ainda não tinha sido objeto de nenhum panelaço. Na Argentina, os panelaços (“cacerolazos”) surgiram em 1996, para protestar contra o presidente Carlos Menem. Em 2001 esse tipo de protesto foi utilizado contra o presidente Fernando De La Rua, que renunciou ao cargo. Durante o governo de Néstor Kirchner, essas manifestações caíram em desuso.
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