O secretário-geral da União das Nações Sul-americanas (Unasul), Ernesto Samper, disse, após se encontrar com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que a entidade não aceitará ações desestabilizadoras da democracia, num claro apoio ao governo local. Samper visitou o país junto a uma delegação formada pelos chanceleres de Brasil, Mauro Vieira, Colômbia, María Ángela Holguín, e Equador, Ricardo Patiño, a pedido de Maduro, que denunciou tentativas de golpe, em meio a uma intensa crise político-econômica.
Samper disse ter recebido informações “preocupantes” e “diante desta evidências queremos declarar de maneira enfática que todos os Estados da Unasul, sem exceção, rechaçam qualquer tentativa de desestabilização democrática de ordem interna ou externa que se apresenta na Venezuela”. Ainda segundo ele, a visita “abriu caminhos para o diálogo político, que estavam fechados há mais de um ano”.
Setores da oposição, no entanto, criticaram a passagem pelo país da delegação, que se negou a se reunir com líderes opositores, como Leopoldo López e Antonio Ledezma, que estão presos. O secretário-geral da legenda opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, disse que Samper “chegou à Venezuela com um discurso parcial e uma convocação excludente.
Assim não se promove o diálogo, se confronta. Veio apoiar a lenda madurista de golpes de Estado imaginários e guerras econômicas fictícias. Está fazendo as relações públicas do governo”.
A delegação também destacou a importância da realização de eleições parlamentares no mês de setembro. Ainda de acordo com os representantes da Unasul, esta é a melhor forma de diminuir a tensão política no país. No pleito serão renovados todos os assentos da Assembleia Nacional da Venezuela, que atualmente tem sua maioria de parlamentares governistas.
O opositor Henrique Capriles denunciou recentemente que Maduro teria a intenção de cancelar a votação.
A comissão também, anunciou que irá ajudar o país no que diz respeito a distribuição de alimentos, a fim de combater o desabastecimento que afeta a região. Maduro agradeceu o organismo pelo apoio e comparou a reação da oposição a vampiros quando veem um crucifixo e “começam a gritar, fazer barulhos e protestos”.”Você conseguem entender como alguém se opõe a nos ajudarem?”, disse, em pronunciamento, chamando os opositores de mesquinhos.
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