O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou nesta quinta-feira (12) que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não vai telefonar para o presidente interino Michel Temer para “reconhecer” o novo governo.
“Não sou um especialista na Constituição brasileira, mas nossa expectativa é que as instituições do governo brasileiro, que foram construídas nas últimas décadas, são suficientemente maduras e duráveis para resistir à turbulência política que o Brasil enfrenta agora”, disse Earnest. Ele afirmou que “os EUA estarão ao lado do Brasil, mesmo neste momento desafiador”. Nem Obama nem seu vice Joe Biden devem se pronunciar sobre a situação do Brasil até o final do processo de impeachment de Dilma. Michel Temer será tratado apenas como um presidente interino.
O governo da China, maior parceiro econômico do Brasil, manifestou nesta sexta-feira (13) o desejo de que o Brasil garanta a “estabilidade política”: “Esperamos que todas as partes consigam gerir a atual situação e mantenham a estabilidade política e o desenvolvimento econômico e social”, afirmou Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Lu Kang disse que a China “acompanha os desenvolvimentos da crise política no Brasil”.
O governo de Cuba disse que o afastamento de Dilma constitui um “um artifício armado por setores da oligarquia desse país, apoiada pela grande imprensa reacionária e pelo imperialismo, com o propósito de reverter o projeto político do Partidos dos Trabalhadores (PT), derrubar o governo legítimo e usurpar o poder que não ganhou com o voto. Em nota, o governo cubano denunciou o que considera ser um “golpe de Estado parlamentar e judicial, disfarçado de legalidade”, que foi preparado “há alguns meses” contra a presidente “legitimamente eleita”.
A União Europeia evitou se pronunciar sobre o impeachment. Mas o Grupo da Esquerda Unitária do Parlamento Europeu considerou que o processo de afastamento da presidenta Dilma é “um passo para um golpe de Estado”: “A aprovação pelo Senado brasileiro do procedimento para afastar Dilma Rousseff, presidente eleita do Brasil, é um passo decisivo imposto pela direita e pela oligarquia brasileira para um golpe de Estado, com a interferência dos Estados Unidos”. O grupo salienta ainda que é preciso lembrar que “os argumentos usados não resultam de qualquer processo penal e que o processo é liderado por membros com um histórico conhecido de irregularidades e atividades ilegais, que estão sendo investigadas judicialmente”.
O secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), Ernesto Samper, afirmou nesta quinta-feira (12) que vê com grande preocupação a existência de fatores políticos na América Latina que “estão comprometendo a governabilidade democrática da região de uma maneira perigosa”. O colombiano pediu que se garanta o direito de defesa a Dilma e ressaltou que no processo contra a presidenta não há motivos que comprometam “sua responsabilidade pessoal em qualquer crime”.
No Reino Unido, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que “esse é um tema interno para os cidadãos do Brasil e seus representantes eleitos”.
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