Promotora do caso Nisman se contradiz sobre provas

Viviana Fein, promotora do caso Nisman - Foto: La Nacion
Viviana Fein, promotora do caso Nisman – Foto: La Nacion

Em meio ao escândalo da morte do procurador-geral argentino Alberto Nisman, a promotora responsável pela investigação do caso, Viviana Fein, se tornou o centro das atenções nesta semana. Nesta terça-feira (3), ela precisou vir a público explicar uma declaração em que ela desmentiu o próprio Ministério Público sobre a existência de um documento encontrado no lixo do apartamento de Nisman, morto no último dia 18 em um suposto suicídio. O documento seria o rascunho de um pedido formal de prisão da presidente Cristina Kirchner, do chanceler Héctor Timerman e do deputado Andres Larroque, do grupo político de Cristina.

Na terça, Viviana disse à rádio Vorterix, de Buenos Aires, que o rascunho havia sido encontrado no local da morte de Nisman e fazia parte dos autos da investigação do caso. Horas antes, o Ministério Público tinha publicado uma carta em que negava a existência do documento. Na noite desta terça, ela voltou a falar com a imprensa, em entrevista coletiva, para explicar a confusão. “Todos cometemos erros. A documentação está preservada, as medidas tomadas e continuamos trabalhando. Eu assumo um erro involuntário na resposta à pergunta sobre a documentação. Assumo que me equivoquei e ratifiquei a mensagem”, afirmou.

O governo argentinou reagiu de forma rígida ao assunto, dizendo que Viviana Fein cometeu um “papelão fenomenal”, um dia depois de rasgar em público uma edição do diário Clarín, responsável pela publicação da reportagem sobre o pedido de detenção encontrado no lixo de Nisman.

Nesta quarta-feira (4), o jornal La Nacion publicou uma entrevista com o promotor-geral do Ministério Público da Argentina, Ricardo Saénz, em que ele afirma que Viviana Fein vai sair de férias dentro de quinze dias.. “É uma decisão pessoal e que eu não posso interferir. Ela tinha férias planejadas antes do caso. Eu entendo que isso não vai interferir em nada na investigação. Por escolha dela, vamos colocar dois promotores para cuidar do assunto: Adrián Peres e Fernando Fisze”, disse. “Não tiro férias desde 2014 e tenho a autorização de Sáenz para isso. Eu já escolhi dois promotores independentes para cobrir minha ausência”, completou ela, nesta terça.

Em viagem oficial a China, Cristina Kirchner não fala sobre o assunto desde o final de janeiro.


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