De acordo com uma publicação de março de 2015 do jornal israelense Times of Israel, a partir da fonte do Bamahane, revista oficial do exército, houve um aumento de mais de 40% no número de acusações de crimes sexuais cometidos no exército em 2014, em comparação com 2013. O número total de crimes sexuais pelos quais soldados foram acusados atingiu 37 em 2014 enquanto era de 26 em 2013 e 20 em 2012.
Em entrevista para o Bamahane, o procurador chefe das Forças Armadas, o coronel Udi Ben Eliezer, disse que a violação da vida privada era, em 2014, o crime sexual o mais frequente, com 35% dos casos vinculados a fotos ou filmes ilícitos de soldados femininos.
Ele cita o caso de um soldado que frequentemente filmava outras colegas tomando banho e outro que ameaçava uma colega de fazer circular uma foto dela nua caso ela se recusasse a fazer sexo com ele. O número de queixas sobre estupro e casos mais violentos também aumentaram nos últimos anos com seis reclamações, em 2013, oito em 2014 e 12 em 2015.
O número de queixas quanto a crimes sexuais no exercito israelense pulou de 277 em 2012 para 930 em 2013 e 1073 em 2014, destacou a Folha de S.Paulo, nesta última segunda-feira (25). O caso do brigadeiro Ofek Buchris, 47, conta sobre seu afastamento do exército indefinidamente por ter estuprado uma soldada e assediado outra no mês de março.
O militar que estava quase ao ponto de chefiar as Forças Armadas israelenses, pois era considerado modelo de superação, foi apoiado pelos colegas que até chamaram o que acontecia de “linchamento público” do oficial.
O Times of Israel disse que, entre 2012 e 2015, a Polícia Militar do Exército investigou mais de 260 crimes sexuais, mas, na maioria dos casos, as vítimas acabaram não seguindo com a queixa: 70% das mulheres que procuraram ajuda decidiram, no fim, não se queixar.
O fato que o alistamento militar ser obrigatório contribui para o número alto de crimes. Israel é o único país do mundo onde mulheres precisam servir no exército dos 18 aos 20 anos. Elas também enfrentam as dificuldades de viver em um ambiente masculino, onde, pouco tempo antes, elas só cuidavam das tarefas administrativas.
*Com informações da Folha de S.Paulo e do Times of Israel
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