A Casa Branca divulgou nesta quarta-feira (17) que o governo dos Estados Unidos vai retomar as relações diplomáticas com Cuba, que estavam suspensas desde 1961, dois anos após a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, seu irmão Raúl Castro, Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos, em 1959. Em Havana, Raul cobrou, em um discurso na TV e nas rádios, que os EUA terminem com o embargo econômico e, em Washington, Barack Obama disse que o seu país vai estender “uma mão de amizade” para Cuba.
Segundo o jornal norte-americano New York Times, as negociações entre os dois países duraram 18 meses e tiveram participação fundamental do governo do Canadá e do Papa Francisco, que teria intermediado uma chamada telefônica entre Obama e Castro durante uma visita oficial do primeiro ao Vaticano.
Além das relações diplomáticas, os EUA também se propuseram a diminuir as restrições a remessas bancárias de cubanos em território estadunidense e Cuba, por sua vez, prometeu libertar 53 presos considerados “prisioneiros políticos” por parte do governo norte-americano. Também serão facilitadas a viagens entre os dois países e a autorização de exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba. “Acordamos o restabelecimento das relações diplomáticas, mas isso não quer dizer que o principal está resolvido, que é o bloqueio econômico, comercial, financeiro, que provoca grandes danos e que também deve cessar”, disse Raúl Castro. “É possível encontrar a solução para muitos problemas, devemos aprender com a arte de conviver com as nossas diferenças. Propusemos aos Estados Unidos adotarmos medidas mútuas para melhorar o clima bilateral e avançar para a normalização dos vínculos”, completou.
“Escolhemos nos livrar das amarras do passado e alcançar um futuro melhor. Ao povo cubano, estendemos a nossa mão de amizade”, disse Obama, em discurso na Casa Branca.
A retomada das relações acontece no mesmo dia em que o governo cubano libertou o prisioneiro norte-americano Alan Gross, que foi preso em 2001 acusado de espionar o país caribenho. Ele viajou para Washington nesta quarta-feira (17) e, também nesta quarta, os EUA mandaram três presos cubanos sob a mesma acusação para Havana. “Hoje, os Estados Unidos estão próximos a dar passos históricos para traçar um novo caminho nas nossas relações com Cuba e se envolver mais e capacitar o povo cubano”, disse a Casa Branca, em comunicado.
Ainda segundo a Casa Branca, o telefonema que Obama deu a Castro nesta terça-feira (16) durou 45 minutos e foi o primeiro contato direto entre chefes de Estado dos dois países em 50 anos. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ficará responsável pela retomada das relações e remover Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo, lugar que ocupa desde 1982.
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