Petra Laszlo, a repórter húngara do canal N1TV que agrediu refugiados sírios na fronteira com a Sérvia em frente às câmeras de televisão da imprensa local, foi demitida nesta quarta-feira (9), horas depois que as imagens rodaram o mundo e tornaram ainda mais complexa a situação da imigração rumo ao continente europeu. O vídeo foi divulgado pelo jornal espanhol El País depois que foi publicado pelo repórter alemão Stephan Richter, do canal RTL, em seu perfil no Twitter. Em comunicado, o canal disse que considera “inaceitável” o comportamento da jornalista.
Ainda segundo o El País, Laszlo trabalha para um “canal marginal”, conhecido extraoficialmente como a “cadeia de televisão dos Jobbik”, o partido de extrema-direita da Hungria que faz parte da base de apoio do primeiro-ministro do país, Viktor Orbán. Dois pequenos partidos da oposição húngara, ambos de esquerda, denunciaram a repórter ao poder judiciário e entraram com representações no parlamento. Laszlo não foi encontrada nem pela imprensa local para comentar o ocorrido.
A cena foi registrada nessa terça-feira (8), na fronteira da Hungria com a Sérvia, na cidade de Röske, um dos lugares centrais da crise migratória envolvendo refugiados sírios. A repórter fazia imagens de um cordão de isolamento policial que tentava barrar a entrada de indivíduos em direção ao território húngaro quando, no momento em que um vácuo na segurança permitiu que vários deles passassem pela barreira, ela distribuiu chutes em dois adultos e em uma criança, para impedi-los de passar. Um dos agredidos carregava uma criança de colo.
Imediatamente, o nome da repórter se espalhou pelas redes sociais. No Facebook, um grupo chamado “Muro da Vergonha” já reunia 12 mil pessoas horas depois do vídeo ser publicado. No Twitter, a hashtag #PetraLazlo, assim mesmo, com a grafia errada, estava nos Trend Topics até a manhã desta quarta.
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