Cerca de 11 mil turistas russos que estavam no Egito regressaram à Rússia nas últimas 24 horas, depois de Moscou ter suspendido os voos, na sequência do desastre do avião da companhia russa Metrojet. “Nas últimas 24 horas, cerca de 11 mil pessoas já regressaram”, disse o vice-primeiro-ministro, Arkady Dvorkovich, aos jornalistas, acrescentando que mais pessoas deverão regressar ao final do dia.
“Hoje é o dia mais movimentado nesse sentido”, disse o governante, no aeroporto Vnukovo, localizado nos arredores de Moscou. O governante explicou que a Rússia irá enviar equipes de peritos para inspecionar os aeroportos do Egito, e verificar se a segurança precisa ser reforçada.
Apesar de descartadas inicialmente as suspeitas de atentado contra o avião que caiu no dia 31 de outubro, na península do Sinai, com 224 pessoas a bordo, a Rússia suspendeu na sexta-feira (6) todos os voos com o Egito.
As autoridades disseram neste sábado (7) que cerca de 80 mil turistas russos ainda se encontravam no Egito, sobretudo na estância balneária de Sharm el-Sheikh e Hurghada, e que poderiam regressar de acordo com o seu ritmo. Seguindo os passos da Grã-Bretanha, a Rússia disse que os turistas que regressam ao país viajarão sem a sua bagagem, que seguirá separadamente.
Já neste domingo (8) de manhã, o Ministério da Defesa da Rússia enviou dois aviões militares de carga Il-76 ao Egito para recolher bagagens dos turistas russos, tendo um deles já partido de Hurghada com destino a Moscou com cerca de 30 toneladas de bagagens. O Kremlin insistiu que a decisão de suspender os voos não significa que Moscou acredite que o acidente tenha sido causado por um ataque deliberado.
Entretanto, também domingo, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse que não devem ser descartadas quaisquer hipóteses, mas considerou que a possibilidade de um atentado é “naturalmente levada muito a sério”. “Não devemos rejeitar qualquer hipótese, mas é claro que a hipótese de ataque é levada muito a sério”, disse o primeiro-ministro, numa entrevista, onde afirma estar “diante de uma ameaça de grande magnitude sem precedentes”.
“Enfrentamos um inimigo externo e um inimigo interno, em setores que estão naturalmente na Síria e no Iraque, e todos os dias os nossos serviços de inteligência param e chamam indivíduos que possam representar um perigo”, disse. O Egito resistiu à tese de um ataque à bomba no acidente do avião russo. O movimento radical do Estado Islâmico diz ser o autor da queda da aeronave.
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