Lá se vão 52 anos desde a edição da histórica Lei dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Era 1964 quando Lyndon Johnson assinou o documento anunciado pelo antecessor, John Kennedy, que permitiu aos negros frequentar os mesmos ambientes que brancos. Os assassinatos de dois cidadãos negros pela polícia americana e de policiais por atiradores de elite na semana passada culminaram com uma série de protestos, que deixaram um saldo de centenas de pessoas presas neste final de semana.
Pelo menos 200 pessoas foram parar na cadeia em protestos em St. Paul (Minnesota) e Baton Rouge (Louisiana) no final de semana. Também foram registradas prisões em atos em Nova York, Chicago, Filadélfia e San Francisco, mas não foi informado o número de detidos.
O movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) condena os ataques que vitimaram os agentes, mas teme que o caso coloque os assassinatos de civis negros em segundo plano.
A tensão, no entanto, já está por toda a parte. Preso durante a passeata, o ativista DeRay McKesson, um dos líderes do movimento, postou uma mensagem em sua conta no Twitter com a imagem do batalhão se aproximando. “A presença deles com armas à mostra é provocação’, escreveu. Uma mulher branca respondeu: “Não parece que eles estão provocando. Você está tentando causar conflito?”, provocou.
Afim de não estimular a divisão, o presidente Barack Obama negou a existência de “polarização racial nos Estados Unidos”. “Obama está errado”, respondeu um jovem negro, apontando para duas mulheres, uma loira e outra oriental, que comiam tranquilamente em meio ao tumulto, conta o jornal Folha de S.Paulo. “As pessoas não estão nem aí se morre um de nós. Aí um louco mata policiais, e pronto, ‘talvez estes crioulos sejam perigosos’.”
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