O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro das Relações Exteriores, José Serra, viajaram na terça-feira (5) para o Uruguai. Eles se reuniram com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, e com o chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, em Montevidéu para pedir que o país não transfira para a Venezuela a presidência do Mercosul no próximo dia 12 de julho, como previsto.
Os brasileiros pediram que Vázquez espere até agosto para decidir sobre a sucessão. “É o prazo para a Venezuela cumprir exigências para seu ingresso no Mercosul”, afirmou Serra, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
A afirmação provocou reação da chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, que escreveu no Twitter: “A república Bolivariana da Venezuela rechaça as insolentes e amorais declarações do chanceler de facto do Brasil”.
Ela afirmou que o País vive um golpe de Estado que “vulnera a vontade de milhões de cidadãos que votaram na presidenta Dilma. […] O chanceler de facto José Serra se soma à conspiração da direita internacional contra Venezuela e vulnera princípios básicos que regem as relações internacionais”.
FHC negou que seu pedido ao Uruguai seja ilegal. “Não estamos pedindo para não respeitar as regras, mas que se possa discutir, mais adiante, se a Venezuela fez a lição de casa para ingressar no Mercosul”, disse o ex-presidente.
O governo do Uruguai anunciou uma reunião de chanceleres do bloco para a próxima segunda-feira (11), quando a questão será analisada. Embora a visita brasileira possa adiar a posse venezuelana, dificilmente Tabaré Vázquez deixará de transmitir o cargo, uma vez que seu governo rejeita a administração interina de Michel Temer.
Pouco mais abaixo no continente, o presidente argentino, Mauricio Macri, se prepara para assumir o cargo. Ele se ofereceu para assumir o bloco em Bruxelas. “Nós vamos presidir os próximos meses o Mercosul.”
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