Sueco Gripen NG será o novo jato de combate da FAB

O caça supersônico Gripen NG, da empresa sueca SAAB
O caça supersônico Gripen NG, da empresa sueca SAAB

O caça supersônico Gripen NG, da empresa sueca SAAB, foi escolhido pelo governo brasileiro para ser a nova aeronave de combate da Força Aérea  Brasileira. O Brasil vai comprar 36 jatos, a um custo total de US$ 4,5 bilhões e os primeiros aparelhos estarão em uso no final de 2017/começo de 2018. O anúncio, feito no final da tarde da quarta-feira (18) pelo ministro da Defesa, embaixador Celso Amorim e pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Juniti Saito, encerrou quase 15 anos de estudos, projetos e concorrências internacionais entre os maiores fabricantes de jatos de combate do mundo para a escolha do jato que substituiria os vetustos Mirage-III, em uso no Brasil desde o começo dos anos 1970. Segundo Celso Amorim, o Gripen NG saiu vencedor da concorrência por ter apresentado o melhor desempenho integrado nos aspectos de performance, transferência efetiva de tecnologia e menores custos de aquisição, operação e manutenção. “É um avião à altura das necessidades de defesa do país” afirmou o ministro.

Na verdade, a escolha do vencedor, uma nova versão, mais moderna e tecnológica do Gripen usado pela Suécia, Suíça, Republica Tcheca, África do Sul e Tailândia, não chegou a ser uma surpresa, embora os principais adversários, desde a primeira licitação em 2001 – o frances Rafale, da empresa Dassault, e o F-18 da americana Boeing- fossem concorrentes de peso.  Durante os mais de 10 anos que o chamado programa FX da FAB se arrastou, o jato sueco sempre se manteve entre os finalistas, enquanto que aviões como o Europeu Eurofighter, os russos Mig-29 e Sukhoi 30,  os americanos F-16 e F-18 e os franceses Mirage 2000 (no governo FHC) e Rafale, depois de 2007, tinham altos e baixos no ranking das analises do governo brasileiro. As chances do Gripen aumentaram depois de 2008, quando a FAB definiu que alem do jato sueco, o F-18 e o Rafale seriam os finalistas. Em 2009, o jato francês chegou a ser anunciado pelos presidentes Lula e Sarkozy como um provável vencedor mas um relatório técnico da FAB colocando o Gripen em primeiro lugar, adiou qualquer decisão.

Novas análises foram feitas a partir de 2011, já no governo Dilma e com Celso Amorim como ministro da Defesa, e a disputa continuou entre os três concorrentes. Todas as três empresas baixaram seus preços, com o valor dos 36 aviões passando a oscilar entre US$ 7 a 10 bilhões, pelo pacote completo.

A transferência real e completa de tecnologia passou a ser, junto com o preço, o ponto chave para a escolha final. Os franceses da Dassault incluíram no pacote a transferência de tecnologia e até a possível montagem de jatos no Brasil. Mas o preço, o mais alto de todos, tirou a chance do Rafale – chamado pelo jornal frances Le Monde de “avião invendável”. Os americanos da Boeing, que chegaram, nos últimos tempos, a ficar na frente da corrida, além das dúvidas sobre a real transferência de tecnologia, muitas vezes sujeita a restrições políticas dos EUA, acabaram torpedeados pelas denuncias de arapongagem ampla total e irrestrita feita pela NSA no Brasil, feitas por Edward Snowden.

Assim, os suecos, que, além do preço muito mais barato (para especialistas do setor aeronáutico, uma pechincha), garantiram não apenas a transferência de tecnologia no projeto, desenvolvimento e na construção dos aviões, alem de equipamentos como o sistema de armas, eletrônica e aviônica – “vão abrir totalmente o código de armas”, comemorou Saito – acabaram vencedores. Um dos pontos mais comemorados pelo Brasil foi a decisão da construção dos aviões simultaneamente na Suécia e no Brasil, na Embraer e em outras unidades industriais em cidades como São Bernardo do Campo. Celso Amorim lembrou que hoje este tipo de transferência de tecnológica entre Suécia e Brasil já existe pois as asas com perfis supersônicos dos Gripen em construção na Suécia e em uso no mundo já são fabricadas no Brasil pela empresa AKE. “Este tipo de transferência de tecnologia  vai se tornar uma rotina”, garantiu Amorim. Fontes do Ministério da Defesa afirmaram a Brasileiros que os custos operacionais do Rafale são o dobro dos do Gripen, enquanto do F-18 ficam em 50% a mais. “É um avião completamente adequado ao Brasil e à nossa realidade, fácil de operar e de manter”, garantiu um integrante do Alto Comando da FAB. Ao que tudo indica, o “bom, bonito e barato” acabou sendo o fator final da vitoria sueca.

O caça supersônico Gripen NG, da empresa sueca SAAB
O caça supersônico Gripen NG, da empresa sueca SAAB


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