Terremoto mata mais de cem na Itália e refugiados ajudam no resgate

O epicentro do terremoto - Foto: Google
O epicentro do terremoto – Foto: Google

O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que o terremoto de 6,2 gaus que atingiu a zona central do país nesta madrugada “deixou ao menos 120 mortos”. A Defesa Civil italiana informou que, do total de mortes, 86 foram registradas em Accumoli e Amatrice e as outras 34 em Arquata. As informações são da Agência Ansa.

“Os feridos foram levados para fora de Amatrice e Accumoli em helicópteros e ambulâncias. Foram 368 somente nesta manhã”, informou Renzi. “Há alguns problemas para o reconhecimento dos corpos, mas estamos trabalhando nisso”.

Renzi fez a declaração em Rieti, uma das províncias mais afetadas pelo abalo sísmico, onde o premier também destacou que será preciso um “longo período de gestão” para lidar com a emergência provocada pelo terremoto. “A emergência demandará um longo período de gestão. Deveremos estar todos à altura deste desafio”, disse.

O tremor foi registrado às 3h36 (hora local), com epicentro a 2 quilômetros da cidade de Accumoli, situada a 145 km de Roma, onde o abalo também foi sentido.

Nas horas seguintes, mais de 50 réplicas com magnitudes superiores a 2 graus foram registradas. Das 21 vítimas confirmadas, 11 foram no Lazio, das quais seis na cidade de Accumuli, e cinco em Amatrice. Essa última foi uma das mais atingidas e teve sua avenida principal devastada pelo tremor.

“É um drama, metade da cidade não existe mais”, declarou o prefeito Sergio Pirozzi. Para piorar, o próprio hospital municipal não está em condições de ser usado. “A situação é dramática, muitas pessoas estão sob os escombros”, acrescentou. Os feridos recebem os primeiros socorros na rua e depois são transferidos de ambulância para Rieti, a 60 km de distância.

Em Accumoli, a principal via de acesso está obstruída em diversos pontos por rochas derrubadas pelo sismo. É possível ver em vários locais construções destruídas e carros cobertos por poeira e escombros. Algumas pessoas passaram a madrugada de pijama na rua.

O presidente Sergio Mattarella, que estava em Palermo, sua cidade natal, embarcou para Roma assim que foi informado do desastre. Também foram emitidos alertas pedindo doações de sangue de todos os grupos.

Refugiados ajudam

Vinte refugiados abrigados em uma estrutura em Monteprandone, na região de Marcas, partiram para trabalhar como voluntários em Amandola, uma das cidades da Itália atingidas pelo terremoto. “Foram eles que pediram para dar uma mão neste momento trágico para a região que os abriga”, afirmou Paolo Bernabucci, dirigente do Grupo de Solidariedade Humana, órgão criado para atender milhares de pessoas que pedem refúgio no país todos os anos.

A Itália é um dos principais focos da crise migratória que afeta a Europa, resgatando todos os dias dezenas de pessoas de embarcações superlotadas no Mar Mediterrâneo. Os imigrantes que se disponibilizaram a ajudar em Amandola são todos do norte da África.

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, afirmou que o país passa por um “momento de dor e de apelo à responsabilidade comum”. “O meu primeiro pensamento vai às vítimas desse devastador abalo que atingiu parte do território nacional”, disse ele.
   
Ele destacou que é preciso “usar todas as forças” para salvar vidas, curar feridos e oferecer as melhores condições possíveis aos desabrigados. “Depois, será necessário um rápido esforço para garantir a reconstrução dos centros destruídos e a retomada das atividades produtivas”, finalizou.

*Com Agência Brasil – Atualizada às 16h


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