O segundo maior atentado terrorista na França, ocorrido na quinta-feira (14) na cidade de Nice, no sul do país, engrossou uma triste estatística: desde janeiro de 2015 até o dia de ontem, com o atropelamento fatal de 84 pessoas, pelo menos 236 cidadãos foram mortos em dez ataques contra a população francesa.
Alguns atentados foram executados, outros frustrados. O primeiro desta série aconteceu no dia 7 de janeiro do ano passado, quando dois irmãos mataram 12 pessoas do semanário Charlie Hebdo, em Paris. No dia seguinte outro homem matou um policial e feriu outro em Montrouge, no sul do país. No dia 9, outra tragédia: um terrorista tornou reféns os clientes e funcionários de um supermercado em Paris, matando quatro pessoas antes de ser abatido pela polícia.
No mês seguinte, em Nice, três militares de guarda foram agredidos com uma faca em frente a um centro da comunidade judaica no dia 3 de fevereiro. Na cadeia, o terrorista confessou seu ódio à França, aos militares e aos judeus.
Dois meses depois, em 19 de abril, um estudante argelino de informática foi preso em Paris sob a acusação de matar uma mulher e preparar um atentado contra uma igreja. Em junho, no dia 26, outro atentado: Yassim Salhi decapitou seu chefe antes de ir até a fábrica Air Products de Saint-Quentin-Fallavier e atirar sua pick-up contra cilindros de gás,quando foi preso.
No dia 13 de julho, há praticamente um ano, quatro jovens entre 16 e 23 anos foram presos como suspeitos de planejar o ataque a um campo militar e a decapitação de um oficial em nome da guerra santa. Já no dia 21 de agosto, duas pessoas foram feridas após um jovem marroquino abrir fogo em um trem que faz a rota Paris-Amsterdã (Holanda).
Levaram-se quatro meses até o novo ataque. O pior deles: pela primeira vez, atacantes suicidas mataram 130 pessoas e feriram 350 em 13 de novembro quando, em Paris, a casa de shows Bataclan, bares e restaurantes do centro da capital, além dos arredores do Estádio da França, foram atacados simultaneamente pelo Estado Islâmico (EI), que reivindicou os ataques.
Já neste ano, um homem armado com uma arma branca e um cinturão falso de explosivos foi morto depois de gritar “Allahu Akbar” enquanto se aproximava de um alvo em Paris em 7 de janeiro. Ele levava consigo uma carta escrita à mão em árabe em que declarava lealdade ao EI.
O segundo ataque este ano ocorreu no mês passado, quando um jovem de 25 anos executou um policial no nordeste de Paris, na porta de sua casa. Em seguida, entrou na residência e matou a esposa. A polícia executou Larossi Abdalla, que, nas redes sociais, atribuiu o ataque ao EI.
Ontem, pelo menos 84 pessoas morreram e 100 ficaram feridas após um caminhão avançar contra uma multidão na cidade de Nice durante as comemorações da Queda da Bastilha, um feriado nacional. O caminhão bateu nas pessoas enquanto a multidão estava reunida assistindo a um show de fogos de artifícios durante o feriado no Paseio dos Ingleses, um ponto turístico muito popular naquela cidade.
*Com agências.
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