Justiça da Turquia bloqueia acessos ao Twitter e YouTube

A Justiça da Turquia anunciou nesta segunda-feira (6) o bloqueio ao acesso dos provedores de internet do país ao Twitter e Youtube, acusando as duas redes sociais de “difusão de propaganda terrorista”. A decisão foi tomada depois que o promotor Mehmet Selim Kiraz foi morto por um grupo da extrema esquerda turca – a Frente de Liberação do Povo Revolucionário (DHKP-C) – e as fotos de seu sequestro terem sido publicadas no microblog. Nelas, é possível ver os membros da organização com armas apontadas para a cabeça do magistrado. Ele morreu baleado no Hospital Florence Nightingale, em Istambul, na semana passada. No tiroteio que precedeu a entrada da polícia ao local do sequestro, dois indivíduos ligados ao DHKP-C também foram mortos.

A decisão da Justiça turca contemplava inicialmente também o Facebook, mas a ordem foi retirada depois que a direção da rede social retirou ou bloqueou o acesso às imagens. Apenas os sites em que não foi possível apagar as fotos foram bloqueados pela determinação – são os casos do Twitter e do Youtube.

Até a manhã desta segunda-feira, as administrações dos dois sites não haviam se manifestado oficialmente.

“A petição da promotoria, pelo que eu entendi, é que não se use essa foto em nenhum lugar. Isso não tem nada a ver com restringir liberdades”, afirmou nesta segunda-feira (6) o porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, em entrevista coletiva. Ele também criticou os veículos de imprensa do país que publicaram a imagem polêmica. “É algo inaceitável. Em nenhuma parte do mundo se aceitaria isso”, disse.

Segundo o jornal espanhol El País, jornalistas de 13 publicações turcas foram proibidos de acompanhar o funeral do promotor morto, em Istambul, por represália pela divulgação das imagens. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na ocasião que a publicação das fotografias era “uma traição jamais vista”. Ainda de acordo com o El País, todos os veículos de imprensa impedidos na cobertura do funeral de Mehmet são críticos ao atual governo turco, enquanto outras publicações que também postaram as imagens, mas não possuem críticas a Erdogan, entraram no velório.

No ano passado, as autoridades turcas já haviam vetado o uso do Twitter e do YouTube do dia 20 ao dia 27 de março, período que antecedeu as eleições presidenciais. À época, Erdogan forçou o bloqueio das duas redes sociais pela existência de vídeos mostrando esquemas de corrupção no governo. A presidência classificou o material como “falsas montagens”.


Comentários

Uma resposta para “Justiça da Turquia bloqueia acessos ao Twitter e YouTube”

  1. Avatar de Marcelo Luiz Correa
    Marcelo Luiz Correa

    São os manus da tiurma do PT lá na Turquia!

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