Um mês após ataque, França segue em alerta máximo

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Há exatamente um mês, os irmãos Said e Chérif Kouachi invadiam a sede do jornal “Charlie Hebdo” – famoso por, entre outras ações, publicar charges do profeta Maomé.

Armados de fuzis Kalashnikov, o ato ficou marcado pelo fato de 12 pessoas perderem a vida, incluindo oito membros da redação do semanário e dois policiais – um deles muçulmano. Passados 31 dias do ataque, o país segue em estado de alerta máximo.

Desde o atentado, pelo menos 10,5 mil militares estão espalhados pelas ruas da França, e edifícios de alto risco, como locais de culto, seguem blindados pela polícia. Além disso, o clima entre judeus e muçulmanos é cada vez mais tenso. Segundo o Conselho Representativo das Instituições Hebraicas da França, o número de atos antissemitas na nação quase dobrou nas últimas semanas.

Em paralelo, de acordo com o Observatório contra a Islamofobia, foram registradas 128 ações antimuçulmanas contra mesquitas e fiéis nos 15 dias seguintes ao massacre no “Charlie Hebdo”, quase o mesmo número de todo o ano passado. 

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Ocorrido em 7 de janeiro, o atentado ao jornal seria apenas o primeiro de uma série de ataques aparentemente coordenados que deixaria os franceses aterrorizados. No dia 8, Amedy Coulibaly matou uma policial durante um tiroteio em Paris e, na data seguinte, tirou a vida de quatro judeus no sequestro em um mercado kosher da cidade.

Ao todo, os atentados deixaram 17 vítimas. Coulibaly, assim como os irmãos Kouachi, foram mortos pelas forças de segurança. Enquanto isso, o “Charlie Hebdo” marcou para 25 de fevereiro o seu retorno às bancas. A última edição do semanário saiu uma semana após o massacre na sua redação e trazia uma charge de Maomé na capa.

O número vendeu cerca de 7,3 milhões de exemplares, sendo mais de 700 mil no exterior. Do atentado para cá, a quantidade de assinantes do jornal subiu de 10 mil para 200 mil, sem contar as ajudas prometidas pelo Ministério da Cultura francês e pela multinacional Google.


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