Vaticano vai julgar padre polonês acusado de pedofilia em julho

Jozef Wesolowski - Foto: Vaticano
Jozef Wesolowski – Foto: Vaticano

O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (15) que o primeiro julgamento de um representante da Igreja Católica acusado de abuso sexual de menor começa será no dia 11 de julho. Dois bispos norte-americanos deixaram a igreja por encobrirem crimes semelhantes. O ex-núncio católico da República Dominicana e ex-arcebispo de Cracóvia, Józef Wesolowski, 66 anos, é acusado de abusar sexualmente de menores enquanto atuava em Santo Domingo, capital da República Dominicana, e de arquivar material pornográfico infantil quando já se encontrava em Roma, em 2013 e 2014. Ele está em prisão domiciliar na própria Santa Sé desde setembro do ano passado.

Em comunicado, o Vaticano afirma que “as graves alegações” contra Wesolowski vão ser escrutinadas e, “se necessário”, haverá recurso à “cooperação legal internacional para a avaliação da prova testemunhal” obtida na República Dominicana. As autoridades dominicanas, com as quais o Vaticano afirmou cooperar estreitamente, identificaram pelo menos quatro rapazes vítimas de abuso pelo representante papal.

Wesolowski será processado com base nas normas em vigor da reforma penal de 2013 e pode pegar uma pena de seis a sete anos de prisão. Os juízes vaticanos afirmam que há motivos suficientes para iniciar o julgamento e que estão se baseando em investigações realizadas pela Santa Sé sobre o caso. Na esfera religiosa, o polonês já havia sido condenado pela Congregação para a Doutrina para a Fé pelos crimes sexuais. A sentença canônica lhe rendeu a perda do título de arcebispo e o encaminhou para responder por seus atos na Justiça. Wesolowski atuou na República Dominicana entre janeiro de 2008 e agosto de 2013.

O papa Francisco aceitou também a demissão de dois bispos norte-americanos, o arcebispo de Saint Paul e Minneapolis, John Clayton Nienstedt, e o adjunto Lee Anthony Piche, acusados de encobrirem casos de abuso sexual de menores praticados por um padre. O Vaticano não explicita a razão das demissões, mas Nienstedt e Piche foram identificados por associações de vítimas como os responsáveis hierárquicos que ocultaram os abusos sexuais cometidos pelo padre Curtis Wehmeyer.

Com Agência Brasil


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