Pela primeira vez nos Jogos Olímpicos, o presidente do país sede não é anunciado na cerimônia de abertura. Mas foi o que aconteceu ao interino Michel Temer, que, para evitar as vaias previstas pelas forças de segurança, pediu à organização que não anunciasse seu nome. Nem assim o peemedebista escapou das vaias ao anunciar a abertura dos jogos no final da cerimônia.
O protocolo previa a apresentação de Temer logo no início do evento ao lado de Thomas Bach, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o único com o nome chamado ao microfone.
Antes do final da cerimônia, no entanto, o inevitável. Pela primeira vez sozinho no telão, o presidente interino fez uma breve declaração, anunciando abertos os Jogos Olímpicos. A vaia ecoou pelas arquibancadas apesar dos fogos de artifício tentarem abafar.
Antes da cerimônia, o grupo Brasil Sem Corrupção planejava o “maior escracho da história”. O plano era gritar “fora, Temer” em três momentos: após o Hino Nacional, durante e após o pronunciamento do presidente interino e depois da participação da cantora Elza Soares.
Mais cedo, manifestantes protestaram na Praça Sans Peña, na Tijuca, zona norte do Rio, próximo ao Maracanã. Pelo menos uma pessoa foi presa. Às 18h, manifestantes pegaram uma bandeira do Brasil na Praça Afonso Pena e atearam fogo. A PM não divulgou estimativa de público em eventos.
As forças de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio identificaram o planejamento de pelo menos sete atos contra o governo interino na abertura dos Jogos. Foi com base em monitoramento de redes sociais que os investigadores calculam quase 15 mil pessoas envolvidas.
“O protesto tem como objetivo denunciar o governo ilegítimo do País, o risco aos direitos sociais com as propostas levadas a cabo pelo governo Temer e a calamidade olímpica”, afirmou Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
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