“Simples e elegante”, disse o jornal inglês The Guardian sobre a maneira como Paulinho da Viola cantou o hino nacional brasileiro e a reação do público presente no Maracanã. O jornal afirmou que a cerimônia da Rio 2016 foi “um interessante contraste com as últimas duas cerimônias de abertura”. “O tema de Pequim 2008 foi a China é grande, o de Londres 2012 foi a Grã-Bretanha foi grande. O tema de hoje? É melhor nós começarmos a fazer algo sobre o meio-ambiente ou nós talvez não tenhamos muitas Olimpíadas para celebrar no futuro”. O jornal citou a imagem do Cristo Redentor com o Maracanã ao fundo e elogiou a “bela escultura giratória” atrás da pira olímpica.
Outro jornal inglês, o Telegraph, registrou sua surpresa com a festa: “É como se alguém tivesse apertado o botão e ligado as pessoas. De repente, tudo é esplêndido”. A rede BBC destacou a reação positiva de seus espectadores e elogiou a cerimônia: “Nós estamos impressionados”.
O argentino Clarín publicou, sob a manchete “Rio vibra com uma festa repleta de música, cores e esporte”, que “a cerimônia de abertura foi uma exibição no auge da Cidade Maravilhosa. Havia ritmo e beleza em cada passo”. Os argentinos citaram as vaias que a delegação recebeu no estádio do Maracanã: “A delegação argentina desfilou com Scola à frente e algumas vaias”.
O Washington Post, que dias atrás chegou a dizer que esta seria a “Olimpíada da sujeira”, destacou que, apesar dos problemas na organização, o “Rio, pelo menos por uma noite, está fazendo o que faz de melhor”. O jornal destacou que, apesar de seu baixo orçamento, a cerimônia foi muito atraente e destacou que, em vez de usar a alta tecnologia que caracterizou as apresentações de Pequim e Londres, apostou na autenticidade, priorizando a natureza.
O jornal norte-americano The New York Times destacou a apresentação de Jorge Ben Jor, que cantou “País Tropical” e levou o público cantar à capela: “Você vê que as fantasias e o cenário não são tão luxuosos como os de outras cerimônias, mas isto realmente não importa quando você tem uma energia como esta”. O correspondente do jornal citou Alberto Santos Dumont como “o aristocrata bon vivant que brasileiros creditam ter inventado o avião” e elogiou o “orçamento-consciente” da cerimônia, que mesmo assim foi de “bom gosto” e “deslumbrante”. Para o diário, a festa foi um alívio após todas as crises que o país enfrentou durante a organização dos jogos.
O Boston Globe afirmou: “Se você estava em dúvida sobre assistir à cerimônia de abertura, vale a pena! Uma apresentação visualmente deslumbrante.” “Espetacular, espetacular, espetacular”, disse o jornal chileno La Tercera.
O diário espanhol Sport classificou a cerimônia de “formidável”: “O Brasil surpreendeu com uma festa cheia de luz e música, assim como com várias cenas muito marcantes. Teve festa, um pouco de samba e, sobretudo, uma enorme celebração nas arquibancadas”. O La Vanguardia, de Barcelona, acrescentou: “Chega a construção do Brasil contemporâneo com todas as cidades que o formam. Espetacular o efeito visual que se vê neste momento no Maracanã.” Ainda na Espanha, o Marca
registrou que “o Maracanã foi cenário de tremendo espetáculo”.
Outros jornais, contudo, não deixaram de assinalar os problemas políticos no Brasil. O americano USA Today destacou o fato inédito de o presidente interino Michel Temer não ter sido anunciada na cerimônia. E o El Pais ressaltou a baixa presença de chefes de Estado no Maracanã. Em Pequim 2008, foram 80 presenças, dez a mais que em Londres 2012. Desta vez, menos de 20 mandatários marcaram presença no Rio, o que está ligado à “difícil situação política da Presidência brasileira”
O jornal francês Le Monde chamou a cerimônia de inovadora e destacou que a abertura foi marcada por uma celebração da música brasileira, mas chamou a atenção para o fato de que o interino Michel Temer, ao falar no evento, foi recebido por vaias de uma parte “importante” do estádio.
Deixe um comentário