Enquanto mais de 400 atletas brasileiros vão disputar medalhas na Olimpíada do Rio de Janeiro, 20 jovens promessas do esporte farão uma ambientação no evento visando aos jogos de Tóquio, em 2020. O Projeto Vivência Olímpica será realizado pela segunda vez neste ano e vai proporcionar ao grupo, que tem entre 15 e 24 anos, a convivência com a Vila Olímpica, visitas aos locais de prova e acompanhamento de treinamentos do Time Brasil.
Gerente de Preparação Esportiva do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Sebastian Pereira informou que o projeto foi inspirado em uma iniciativa da delegação britânica, em 2008, e trouxe bons resultados para o Brasil depois de ter sido replicado nos jogos de Londres, em 2012.
Dos 16 jovens que visitaram a capital inglesa, oito disputam os jogos do Rio. Entre eles, alguns apontados como fortes candidatos a medalhas, como Felipe Wu, do tiro esportivo, Martine Grael, da vela, e Isaquias Queiroz, da canoagem de velocidade.
Avaliação
“A gente vivencia uma série de situações em que, ao chegar em uma grande competição, os atletas perdem o foco, com todas as distrações que um grande evento pode trazer. Vimos isso no Pan-Americano e em Londres”, afirmou Sebastian, que também programou uma passada na Casa do Japão e conversas com técnicos brasileiros para que os atletas absorvam toda informação possível.
Para chegar aos 18 nomes já garantidos em 2016, o COB avaliou atletas com bom desempenho e levou em conta as possibilidades de evolução a tempo de competir em Tóquio. A lista chegou a ter 60 nomes.
Nomes
Até o o momento, estão certos no projeto Beatriz Iasmim Soares Ferreira (boxe), Andrea Santos de Oliveira (canoagem velocidade), Anderson Ezequiel de Souza Filho (ciclismo BMX), Gabriela Paczko Bozko Cecchini (esgrima), Angelo Dias de Assumpção (ginástica artística), Thaís Fidélis dos Santos (ginástica artística), Nathália Castelan Brigida (judô), Rafael Godoy de Macedo (judô), Emily Rosa Figueiredo (lLevantamento de peso), Joílson de Brito Ramos Júnior (luta greco-romana), Felipe Ribeiro de Souza (natação), Maria Paula Mangabeira Heitmann (natação), Edival Marques Quirino Pontes (taekwondo), Marcelo da Silva Costa Filho (tiro com arco), Manoel Messias dos Santos Júnior (triatlo), Gabriel Bastos Pereira (vela), Eduarda Santos Lisboa (vôlei de praia) e Ana Patrícia Silva Ramos (vôlei de praia).
Duas vagas ainda estão em aberto, aguardando o fim do Campeonato Mundial de Atletismo sub-20. O objetivo é que a jovem delegação tenha 11 homens e nove mulheres. O grupo abrange 15 modalidades e será dividido em dois subgrupos. Cada um passará quatro noites no Rio de Janeiro.
Com 1,47 metro de altura, 20 anos, e uma força capaz de erguer 70 quilos acima da cabeça, Emily Rosa Figueiredo, do levantamento de peso, se sente honrada e com uma ponta de medo por ser considerada uma promessa no esporte. Nascida em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ela sonha em conhecer Daniele Hypólito, por já ter sido ginasta. O que mais espera é ver de perto as arenas esportivas.
Preparação
“Estou muito ansiosa para poder conhecer e poder viver isso tudo. Espero que seja uma super experiência para chegar em 2020 melhor e com a cabeça mais preparada”, disse Emily. Ela disse que se deslumbrou quando viu a estrutura dos Jogos Olímpicos da Juventude. “A gente não está acostumado. É uma estrutura muito grande para o atleta. Se você chega lá, pode tomar um susto se não estiver preparado”.
A pugilista Beatriz Iasmim Soares Ferreira, de 23 anos, terá sua primeira vivência em uma competição internacional nos jogos do Rio, mas já vê de perto há cerca de um ano a preparação de Adriana Araújo, que vai competir na categoria leve do boxe. As duas treinam juntas. Adriana também foi colega de treino do pai de Iasmim.
Expectativas
“Fico muito feliz, porque tudo é muito novo. Quero aprender bastante, pegar um pouco de cada coisa e fazer virar a meu favor para, em 2020, conquistar meu pódio. Admiro muito a Adriana. Meu pai treinou com ela, que está me ensinando muita coisa”, afirmou a atleta, nascida em Salvador.
Um dos mais novos do grupo é Marcelo da Silva Costa Filho, de 16 anos, que já faz parte da Seleção Brasileira de Tiro com Arco na categoria cadete, que não compete na Olimpíada. Sua maior expectativa é conhecer a Vila Olímpica. Segundo ele, a experiência será boa também para ter uma ideia de como se relacionar com a imprensa e se controlar diante da grande quantidade de guloseimas gratuitas que a vila oferece.
“Tinha um sonho de conhecer a vila e ver atletas veteranos. Para mim, será muito bom vê-los focados e se preparando. Também será meu jeito de preparação”, concluiu Marcelo.
*Com reportagem da Agência Brasil
Deixe um comentário