“Ele foi um gênio”, afirma o maestro e compositor pernambucano Marlos Nobre ao ser perguntado sobre o maestro italiano Claudio Abbado. À Brasileiros, Nobre lamentou a morte daquele que foi um dos nomes mais influentes da música erudita nos séculos 20 e 21. “Além de músico excepcional, era um regente que demonstrou em sua carreira tudo aquilo que é essencial em um diretor de orquestra, que é o amor e o respeito pela música. Era diferente, nunca tentou usar a música para se promover como personalidade”, completa Nobre.
Nobre, 74 anos, é também um dos nomes mais representativos da música clássica das últimas décadas. Autor de mais de 200 obras de música clássica interpretadas por orquestras de todo o mundo, é ele quem preside o Comitê Brasileiro de Música do CIM/Unesco. Nobre esteve ao lado do maestro italiano como jurado em um concurso internacional de composição na Espanha. “Jogamos tênis juntos, ele gostava bastante de jogar tênis de mesa. Era uma pessoa maravilhosa!”, recorda Nobre.
Claudio Abbado faleceu aos 80 anos de idade na cidade de Bolonha, na Itália. Há mais de uma década, Abbado combatia um câncer no estômago, responsável por fazê-lo cancelar parte de seus compromissos no segundo semestre de 2013. Diretor musical do Teatro Scala de Milão de 1968 a1986, o maestro foi um dos principais diretores da Filarmônica de Berlim, sucedendo em 1989 outro legendário maestro, Herbert Von Karajan. Permaneceu na orquestra até 2002. Foi também o principal regente da Sinfônica de Londres (1979-1988) e diretor da Ópera Estatal de Viena (1986-1991).
Na metade do ano passado o músico foi também nomeado senador vitalício da Itália, mas preferiu abdicar do salário ao qual teria direito, destinando o dinheiro integralmente para a Escola de Música, da pequena cidade de Fiesole.
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