Após ofensiva do governo, Temer volta a Brasília para retomar negociações

Michel Temer voltou às pressas para Brasília para conter a sangria de votos pró-impeachment - Foto: José Cruz/Agência Brasil
Michel Temer voltou às pressas para Brasília para conter a sangria de votos pró-impeachment – Foto: José Cruz/Agência Brasil
 
Após um movimento iniciado por setores do PP e PSB, o PMDB voltou a intensificar conversas em buscas de votos pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff. As negociações, agora, voltaram a ser comandadas pelo vice-presidente Michel Temer.

Temer viajou para São Paulo na noite de sexta-feira (15), mas decidiu voltar a Brasília para tentar conter o início de um movimento contra o impeachment capitaneado por setores do PP, do PSD e o PSB. Na manhã deste sábado (16), Temer almoçou com parlamentares indecisos no processo de impeachment. Pessoas próximas ao vice dizem que ele conteve a “sangria” ocasionada pelo anúncio de que o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), passou a apoiar e a articular uma frente contra a saída da presidenta.

Com esse movimento, integrantes da oposição acreditam que conseguiram manter 367 votos a favor do impeachment presidencial. A base governista, mesmo com o apoio de setores do PP e PSB, contam que terão, no máximo, 208 votos, incluindo-se as abstenções e faltas de parlamentares.

Alguns nomes a favor do impeachment dizem agora que deve votar contra o afastamento da presidenta. O deputado Paulo Maluf (PP-SP) que antes era contra o impeachment, migrou essa semana para um voto a favor, disse nesse sábado (17) que reviu sua posição a favor da presidenta. Outro nome que era apontado pró-impedimento e agora mudou de lado é o deputado José Priante (PMDB-PA). 

Outros votos que passam a ser favoráveis ao governo nessa reta final são algumas faltas já confirmadas. O deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) não deve comparecer à votação de domingo (18). Ele entrou com uma licença médica na Câmara na última sexta-feira; o deputado gaúcho Pompeo de Mattos (PDT) também afirmou a aliados que não deve estar em Brasília no domingo e a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) está de licença médica e não votará, apesar de ser apontada como apoiadora do impeachment.

A indicação de um movimento crescente em favor do governo fez com que a oposição confirmasse a votação para este domingo, às 14h. Eles temem que mais parlamentares indecisos migrem e votem a favor do Planalto. 

Nesse sábado, o jornal Valor Econômico informou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a cogitar o adiamento da votação com receio de não obter votos suficientes em favor do impeachment. Cunha negou essa informação. “Quem está espalhando boato, não está contribuindo”, descreveu o parlamentar fluminense.

“Mentira rasteira”

Depois do pronunciamento à população, divulgado na sexta pela presidenta em que ela diz que Temer deve cortar programas sociais, o vice foi ao Twitter responder: “Leio hoje nos jornais as acusações de que acabarei com o Bolsa Família. Mentira rasteira. Manterei todos os programas sociais”, escreveu.

Ele também rebateu acusado de que lidera o “golpe” e que estaria disposto a “violentar a democracia e a rasgar a Constituição, espalhando a intolerância, o ódio e a violência entre nós”. Disse ele: “Defendo a unificação e pacificação dos brasileiros. Não o caos, o ódio e a guerra˜.


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