Brasileiros analisa a posse de Dilma Rousseff

Uma posse presidencial depois de uma reeleição geralmente guarda semelhanças com a posse anterior do presidente, ou presidenta, como prefere a ex-guerrilheira Dilma Vana Rousseff (e quem somos nós de Brasileiros para contrariar a que continua sendo a mulher mais poderosa do Brasil).

Mas, quatro anos de intervalo acabam causando algumas diferenças tanto na solenidade quanto nos discursos e nos problemas que, no nosso caso, a Presidenta terá que enfrentar e, todos esperamos, solucionar. Evidentemente que o mais popular presidente da historia do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, estava presente no Palácio do Planalto mas, desta vez, não para passar a faixa presidencial a sua sucessora (a quem, na eleição do ano passado, mais uma vez ajudou e muito a derrotar o candidato da vez de centro-direita, como diz a imprensa internacional), e sim como um convidado estelar, mais que de honra. Outra novidade, a chuva, tão comum nas viradas do ano em Brasília, desta vez não apareceu, substituída por um dia lindo, embora com um sol de rachar e um calor, digamos, de verão. São Pedro deve ter se recordado do dia 1º de janeiro de 2011, quando a chuva só parou na hora em que Dilma ia subir a rampa do Planalto e resolveu as coisas.

Na realidade, algumas mudanças, seja nos discursos ou em alguns dos nomes do novo ministério, foram mais significativas e, ao que tudo indica, mais perenes. Primeiro, Dilma anunciou o novo slogan de seu governo – aquele que vai aparecer na vinhetinha em qualquer documento ou imagem oficial pelos próximos quatro anos. Sai o ‘’Brasil, pais sem miséria” e e entra o “Brasil, pátria educadora”, indicando que a educação, desde a creche ate a pós-graduação, como enfatizou a Presidente em seus discursos, no Congresso e no Parlatório do Planalto, será uma das principais senão a maior das prioridades de mais quatro anos de governo do PT. Dilma lembrou, sob aplausos de mais de 20 mil pessoas que aguentaram o sol a pino para acompanhar, da Praça do Três Poderes, as solenidades da posse, que nos últimos 12 anos, 33 milhões de brasileiros e brasileiras deixaram a situação de extrema pobreza, e de passar fome, com parte significativa ascendendo à classe média. Dilma destacou que o acesso à casa própria pelos mais necessitados será ampliado e que, mesmo com medidas econômicas mais rigorosas, a cargo no novo Ministro da Fazenda Joaquim Levy que, com seu 1,90m de altura se destacava entre os colegas ministros na posse, nenhum dos direitos conseguidos especialmente pelos mais necessitados, pelas mulheres, pelas minorias e pelos jovens será reduzido ao retirado por causa de ajustes econômicos. “Nada será retirado de vocês, nenhuma conquista. Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás será dado”, enfatizou.

Dilma também destacou que o combate à corrupção será reforçado, lembrando que em seu primeiro mandato isso já aconteceu de forma incisiva. E pediu que todos defendam a Petrobras de “ameaças externas” contra a maior empresa brasileira. Outra das reformas que Dilma disse que pretende ver acontecer com a maior urgência é a reforma política, acabando com a babel de partidos e as campanhas milionárias. E Dilma certamente saiu mais satisfeita do Congresso, depois de ser empossada, ao ouvir o discurso do Senador Renan Calheiros (PMDB-AL), defendendo com entusiasmo essa mesma reforma política que se arrasta em ritmo mais lento do que obra de igreja no passado. “O Congresso Nacional  tem que fazer a reforma e submete-la à consulta popular. Não podemos continuar como estamos hoje, com 32 partidos políticos e 28 deles com representação no Congresso Nacional. O papel do Parlamento é acelerar as reformas e vamos fazer isso”, garantiu um entusiasmado Renan. E Dilma recordou, emocionada, seus tempos de jovem guerrilheira exatamente no discurso de posse no Congresso Nacional. “Sou ex-opositora de um regime de força que provocou em mim dor e me deixou cicatrizes. Mas que jamais destruiu em mim o sonho de viver em um País democrático e a vontade de lutar e construir esse sonho”, afirmou emocionada contendo a custo as lágrimas. Em tempos onde finalmente os livros didáticos se referem à quartelada de 1964 como Golpe Militar e não como a “Revolução de 31 de março”, sempre se deve recordar, para que não se repita, o que Chico Buarque de Hollanda, chama em seu clássico samba-enredo Vai Passar, de “página infeliz de nossa história”.

 


Comentários

Uma resposta para “Brasileiros analisa a posse de Dilma Rousseff”

  1. Avatar de ELISABET GOMES DO NASCIMENTO
    ELISABET GOMES DO NASCIMENTO

    Estou convencida que a presidenta Dilma neste segundo mandato, vem com muito mais conhecimento do que é inadiável para o Brasil: a reforma política, a regulação da mídia e o foco na educação.
    Seu discurso de posse, foi firme. Deixou claro, que continuará reduzindo as desigualdades sociais, como também continuará combatendo a corrupção.
    DILMA, Coração Valente.

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