Câmara vai escolher novo presidente na terça; conheça os favoritos

Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já não é mais presidente da Câmara dos Deputados, mas continua articulando para evitar a cassação de seu mandato. A oposição acusa Cunha e o governo interino de participarem de uma manobra para que a escolha do novo comandante da Casa coincida com a decisão da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) sobre a cassação do peemedebista.

Em uma reunião tumultuada, líderes partidários anteciparam a eleição para presidência da Câmara para terça-feira (12), contrariando despacho do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que havia marcado sessão extraordinária para quinta-feira, dois dias depois.

Por decisão do centrão, grupo de parlamentares ligados a Cunha e ao governo interino, foi anunciado o cancelamento da reunião da CCJ de segunda-feira (11) e sua transferência para terça, no mesmo horário da sessão para escolha do novo presidente da Casa.

Em razão disso, líderes do PT, PSDB, PSB, DEM, PDT e Rede se posicionaram contrários à escolha da data. Houve votação e por 280 votos a 134 venceu a maioria formada pelos líderes do centrão em reunião presidida pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), aliado de Cunha e líder do bloco que inclui PSC e PP, da base aliada do presidente interino Michel Temer.

Chacelaram a decisão os líderes do PMDB, PEN, PROS, PR, PRB, PV, PHS, SD, PTN, PTdoB e PSL. Com a decisão, os candidatos à presidência terão até as 12h de terça para registrar as candidaturas, uma vez que a sessão de votação está marcada para 13h59.

Para a oposição, houve manobra com o governo em torno do processo de cassação de Cunha. “Desmarcaram a sessão de segunda da CCJ e jogaram para a terça. Agora querem marcar a decisão aqui para terça no mesmo horário da CCJ. Também anunciaram que houve um aditamento do recurso dele [Cunha] e que isso vai jogar o resultado [do processo de cassação] mais para frente. Logicamente que isso tudo é um jogo combinado”, afirmou o líder da Rede, Alessandro Molon (RJ).

Favoritos

Com a disputa de candidaturas para o comando da Câmara, o Palácio do Planalto decidiu acompanhar tudo de longe. Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o importante é que seja um “aliado”. 

O receio é que Temer cometa o mesmo erro de Dilma Rousseff, que trabalhou contra a eleição de Cunha. O líder do PSD, deputado Rogério Rosso, apontado como favorito pelo centrão, desistiu da disputa para ajudar a criar “consenso” em torno de um nome.

A antiga oposição e agora situação quer um único candidato: os favoritos são os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Heráclito Fortes (PSB-PI). O candidato será apoiado por PSDB, DEM, PPS e PSB, e tenta o apoio de PDT e PCdoB.


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