Ameaça de sofrer impeachment, a presidenta Dilma Rousseff cedeu às chantagens do balcão de negócios que se transformou o Congresso em 2015. Apesar da crise e do arrocho fiscal, o governo cedeu aos apelos de deputados e senadores e aumentou os repasses em forma de emenda parlamentar de R$ 6,7 bilhões em 2014 para R$ 7,2 este ano.
Segundo o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), o empenho foi alto “porque o nível de reclamação foi baixo nos últimos dias”, irionizou ele na quinta-feira (31) ao jornal O Estado de S. Paulo. “Se não for 100%, 99%” do valor foi empenhado para pagamento das emendas, calculou.
Mesmo na última semana do ano, deputados bateram na aporta de ministérios pedindo mais recursos para suas bases eleitorais. Muitos são pressionados por seus prefeitos, de cofres vazios em razão da crise econômica, mas às barbas das eleições municipais.
A liberação de verba teria aumentado depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de impeachment da presidenta. O alerta foi ouvido pelos ministros, que saíram de seus gabinetes para abrir diálogo com parlamentares para colocar ponto final à crise. Mais dinheiro, trocando em miúdos.
É esperar para saber até quando vai a chantagem em 2016.
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