A notícia da saída de Dilma Rousseff da Presidência da República e a posse de Michel Temer foi manchete na imprensa argentina, que refletiu o debate no Brasil entre aqueles descontentes com a crise – que acham que o PT afundou a economia – e os que dizem que a ex-presidenta foi julgada injustamente, por um crime menor e por políticos comprovadamente corruptos. Para o Clarin, o de maior circulação na Argentina, as elites se aproveitaram da crise para tomar o poder.
“Dilma disse que se consumou um golpe de Estado”, noticiou o jornal argentino Clarin, ao explicar que ela não foi julgada por corrupção – mas pela manipulação de contas públicas (“pedaladas fiscais”). “É o fim de uma era no Brasil”, escreveu.
O jornal de maior circulação na Argentina descreve Temer como um político “conciliador”, que mede suas palavras e terá a difícil tarefa de fazer os “ajustes necessários”. Acrescentou, no entanto, que considera “todos culpáveis” pela situação e que “o poder dominante” se aproveitou das circunstâncias “para transferir a responsabilidade da eleição de uma maioria nacional a meia centena de senadores”, o que abre perigoso precedente na região.
O jornal argentino Pagina 12, de esquerda, resumiu o impeachment em um título de duas palavras: “Golpe Consumado”. Acrescentou que, mesmo destituída, Dilma terá futuro politico. “Seus opositores não obtiveram o apoio necessário de dois terços do Senado para inabilitá-la de exercer cargos políticos durante oito anos.”
Já a agência oficial Telam ressalta a decisão de Dilma em continuar se opondo aos “golpistas”.
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