Em seu pronunciamento durante o segundo dia de julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) lembrou seu próprio processo de impeachment, em 1992, que culminou com sua renúncia e cassação por oito anos. Em 2014, foi absolvido pela Suprema Corte, por falta de provas. Lembrou que o impeachment é “um remédio constitucional de urgência no presidencialismo quando o governo, além de cometer crime de responsabilidade, perde as rédeas do comando político e econômico do país”.
No caso do senador Collor, um cheque de uma conta fantasma para comprar um Fiat Elba denunciou o esquema de corrupção encabeçado por seu tesoureiro, PC Farias. A descoberta levou a Câmara dos Deputados a aprovar a abertura do processo de impeachment. Três meses depois, antes que o Senado pudesse concluir o impeachment, Collor renunciou à Presidência da República. O Senado Federal cassou seu mandato por oito anos.
“Hoje a situação é completamente diversa”, afirmou o senador na tarde desta terça-feira (30), durante julgamento do impeachment da presidenta Dilma Rosseff. Para Collor, o “governo afastado transformou sua gestão em uma tragédia anunciada”, tanto pelos equívocos econômicos quanto pelo que chamou de surdez política. Procurou desconstruir a concepção de golpe para o processo que hoje enfrenta a presidenta Dilma Rousseff.
E no final, contabilizado no grupo dos indecisos, proclamou: “ontem eram inúmeras as simulações, hoje são inúmeras as dissimulações”, sem anunciar sua opção de voto.
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