O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta quarta-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal que não devolva os carros de luxo apreendidos pela Polícia Federal na casa do senador Fernando Collor (PTB-AL) há algumas semanas. No documento enviado aos juízes, ele diz que os veículos são produtos de crimes e que o parlamentar recebeu R$ 26 milhões em propina entre 2010 e 2014. O texto ainda diz que Collor participava de um “sofisticado esquema de lavagem de dinheiro” e que a posse dos carros de luxo “é estranha”.
A investigação encontrou depósitos de até R$ 800 mil na conta do senador feitos por diferentes órgãos, como um de R$ 249 mil feito pela TV Gazeta de Alagoas, da qual ele é sócio. Empresas de fachada e jornais também são suspeitos de servirem como pontes para os depósitos. O documento de Janot informa que a maior parte dos veículos de Collor estão registrados em nome da Água Branca Participações, uma de suas empresas, e um outro, um Porsche, pertence formalmente à GM Comércio de Combustíveis. O procurador questiona, por isso, quais são os motivos para Collor reinvindicar os veículos se eles sequer estão em seu nome.
Janot ainda diz que o financiamento da Lamborguini de Collor está inadimplente, “provavelmente em razão do fim do fluxo de propina” que se desencadeou quando começou a Operação Lava Jato. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o caso será analisado pelo ministro Teori Zavascki.
Deixe um comentário