Com menor adesão, manifestantes em várias partes do País saíram às ruas neste domingo (16) para protestar contra o governo federal e pedir o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em São Paulo, a manifestação aconteceu na Avenida Paulista. As duas vias foram fechadas.
Além de manifestantes vestidos com camisas da Seleção Brasileira, as ruas estiveram repletas de ambulantes, que aproveitam o movimento para oferecer itens como cerveja importada, carregadores de celular e paus de selfie. Um deles prometia desconto de R$ 1 na cerveja para quem gritasse “Fora, Dilma”.
Alguns dos movimentos que organizaram o protesto são: MBL, Acorda Brasil, Revoltados Online, Nas Ruas Contra Corrupção, Avança Brasil, Maçons BR, Movimento São Paulo Independente, que defende a separação do estado, Vem pra Rua e a União Nacionalista Democrática, que pede a intervenção militar. O hino do Brasil foi entoado dos carros de som diversas vezes e falava-se em “salvar o Brasil do comunismo”. “Por bem ou por mal, a Dilma vai sair. Não somos golpistas, somos patriotas”, ouviu-se do carro de som do grupo Revoltados Online.
Fotos Lucas Alves
Anti-golpe
Com gritos de “não vai ter golpe”, manifestantes se concentraram em frente ao Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, desde as 13h. No ato em defesa da democracia, lideranças debateram o tema diante de um público estimado pela organização em 5 mil pessoas.
Inês Granada Pedro, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Conselhos de Fiscalização, diz que participa do evento por temer a desestabilização da democracia no país. “A gente não está aqui para defender esse ou aquele político, embora, de modo geral, a gente defenda o Estado de Direito que as urnas consagraram. Isso é uma coisa que não pode mudar. Queremos também muitas mudanças, mas isso não implica que aqueles que estão insatisfeitos com o resultado das urnas queiram, agora, pela força, fazer uma mudança que não seja legal”.
Para Aroaldo Oliveira da Silva, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o principal objetivo não é fazer contraponto às manifestações que pedem a saída do governo Dilma Rousseff. “Aqui, o movimento é em defesa da democracia, para reafirmar que uma parte da sociedade está na rua também, mas defendendo a democracia”.
O militante do Partido dos Trabalhadores Lindon Jhonson Barros de Araújo, 46 anos, taxista, levou os três filhos ao protesto. “Eles [manifestantes contrários ao governo] precisam entender o que se passa pelo Brasil hoje. Se todos que estão ali são contra a corrupção, por que eles são contra o governo Dilma? Hoje, estão sendo presas as pessoas que sufocavam o Brasil, que são as grandes empreiteiras”, disse.
Geraldo Antônio de Freitas, representante dos trabalhadores da Volkswagen no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, é otimista e acredita em uma melhora no cenário econômico do país. “Acredito que agora a gente vai conseguir dar uma virada, acredito na presidenta Dilma, acredito no PT. Hoje, a economia está devagar, mas não é culpa da Dilma, é culpa do Congresso que está fazendo política contra nós, e o cidadão não está enxergando isso”.
Segundo Adi dos Santos Lima, presidente da Central Única dos Trabalhadores no estado de São Paulo, os manifestantes querem mostrar a reprovação ao atentado do último dia 30, quando uma bomba caseira foi lançada no prédio do Instituto Lula.
De segunda-feira (10) até sábado (15), manifestantes ficaram acampados em frente ao instituto. “Queremos deixar um recado muito claro para essa gente, que não aceita a democracia no país como um regime. Não vamos abrir mão da liberdade de ir e vir, da liberdade de expressão. O atentado ao instituto foi um atentado à democracia”, disse Adi.
O ato inclui atividades culturais, a apresentação da escola de samba Colorados do Brás, músicas, debates e comidas típicas. Participam representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da CUT, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores na Administração e Autarquias do Município de São Paulo, Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Químicos e de movimentos sociais.
Rio de Janeiro
Depois de cinco horas de caminhada pela orla de Copacabana, os manifestantes no Rio de Janeiro encerrraram o ato cantando o Hino Nacional e rezando o Pai Nosso. A caminhada foi acompanhada por cinco carros de som por cerca de dois quilômetros, sob sol escaldante. Em Brasília, o movimento foi encerrado por volta das 12h30.
Os discursos, no Rio, variavam nos carros de som, mas a maioria dos cartazes e faixas pedia o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Faltou timing
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) compareceu ao protesto de Belo Horizonte. Foi a primeira vez que o tucano apareceu em uma manifestação anti-Dilma, justo na com menor adesão.
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